[Beta, leia ouvindo isto aqui...]
Aí a gente pensa: "Como não fazer algo que já foi feito?" ou, ainda, "desta vez tem de ser diferente, melhor!"; e pensa, pensa, pensa. De repente, eu estou triste, falando de perdas, isolando-me do lado vibrante do mundo, quando, no mesmo instante do súbito, o telefone toca e alguém diz: "Congratulations!"
Meu Deus! Quem seria capaz de fazer isso? De me ligar à noite e, do nada, fazer um riso sair de mim? De jogar água na cara de um canastrão dramático e provocar risadas de todos aqueles seres que o compõem, inclusive do que teve a maquiagem desfeita? Quem tem o poder de fazer a noite fria deixar de ser noite, deixar de ser fria, deixar de ser algo relevante? Quem? Quem? Quem?
Beeeeeeeeeeeta!
Engraçado, como eu me peguei comparando algumas coisas e, agora, pensando, constato que estamos entrando no quarto ano de amizade. O quinto tem de ter festa! Talvez em Salvador, pois Beta, além de tudo, de ser o meu tremelique em contorno de gente, diz-se baiana, mas de alma, de uma outra vida. E a danadinha é baiana da que "mexe, remexe, dá nó nas cadeiras", não fica parada; Dayne é uma baiana falsa, mas não a "falsa baiana". A minha Distant Dreamer aracajuana mais linda do universo e do Orlando Dantas.
Mas quem é Roberta Dayne? Ah! Ela é a menina-moça que faz aniversário hoje. Ponto. Não quero que saibam mais nada dela. Afinal, quem já viu, ir assim falando aos quatro ventos de tesouros? E se vier alguém e for pego por ela... Xiii! Não quero isso. Não, não! Vou guardá-la como Emília fazia com a sua canastrinha.
Beta, hoje é o seu dia. Mais um aniversário junto de você, mas, desta vez, longe. Geografias. Mas o nosso lance é Letras: foi através dela, e delas, que nos encontramos ontem, para vivermos o sempre. Pesemos a nossa relação. Vejamos o quanto de raro que ela encerra. Quantos cultivam o amor dessa sorte através das palavras? Quantos se abraçam sem sentir acanhamento? Quantos se olham nos olhos e confiam aquele choro de apertar o coração, aquela confissão de dar dor-de-cabeça? Quantos têm a oportunidade de se ligar pela música ou por uma poesia exclusiva? Quantos têm isso que nós temos, minha amiga? Quer saber? Nem importa tanto assim. Vamos falar mais baixo, aliás, né?!
Beta, eu estou agora conversando com você. Falando essas palavras para você. Eu estou aí, neste momento. Enviei um vigilante ("Don Dieguito, desde Argentina, a seu dispor", sinaliza ele enquanto você dorme, em ligações de sonho, sem DDD, para mim) para tomar conta dessa minha Flor, que veio para mim para eu cuidar.
Bem, acho que este é mais uma declaração de amor a você. Porque Beta não merece menos do que isso. Porque junto de Beta eu consigo conciliar o passado com o presente e uni-los ao futuro. Isso é tão difícil, comigo então: o tempo é um conflito intenso, como irmãos que rivalizam por uma herança. Beta harmoniza-os, acalma esses rapazes tão diferentes. Ela me acalma. Ela me faz rir e me faz chorar. E choro de uma alegria que me aperta o coração, porque sou um medroso, porque duvido tanto da felicidade, porque talvez ache que não mereça ser feliz. Aí vem Betinha, liga para mim e me faz ser o que tanto temo: feliz, ainda que por uns momentos. Em poucos minutos estamos ligados a outro mundo, mais maravilhoso que o dos Na'vi, de James Cameron. Novas perguntas surgem... Será que somos assim por sermos iguais? Que as diferenças dos sexos nos igualam? Biologias. Ah! Já disse, o nosso negócio é Letras. O nosso curso, a lição de vida que aprendi com você e essa sua beleza, que ineficazmente tentei representar nos textos louvatórios. Nos momentos em que você foi a esperança numa das minhas guerra civis. A resposta.
"Eu, leve, agradeço pelo nosso aniversário
O Criador trouxe Bito um dia antes
Só para esperar Beta vir lhe mostrar o Sol brilhante
Sim. Estamos juntos. Eu acredito tanto em você...
Parabéns, minha Beta!