domingo, 24 de janeiro de 2010

Reflejo

Pois é. 2010. Neste momento exato, estou sentindo o ano como um momento de renascimento - talvez por algum sentido cabalístico que esteja dentro dele ou mesmo por ser, de fato, um início: o do fim de uma década -, com novidades que me assustam muito.

Acabei de ler o primeiro post deste blog. Meu Deus! Era tudo tão bonito, as coisas ali têm gosto de novidade, de esperança, conceitos os quais não ando sentindo, pelo contrário, minha alma está embotada; ela anda assim. Na verdade, faz tempo que não me via tão apegado a Deus e, muito provavelmente, Ele é que tem me segurado, me ajudado a aguentar a barra. Está difícil.

Tenho 23 anos, um emprego, amigos, uma família unida e estável, além de casa e conforto. É muita coisa - e sou bastante grato por elas! -. Mas o quão infeliz foi um jovem por querer o Sol. Ando me sentindo uma espécie de Ícaro, o que não deu ouvidos a Waterfalls, das TLC, e que agora está sentindo o incômodo dos raios da beleza solar. No entanto, "se não voasse como poderia sentir e conhecer as nuvens, o firmamento?", penso. Não sei, tenho 23 anos. Tenho um blog, (mal-utilizados) twitter e orkut, mas me comunico tão pouco com as pessoas e diversas vezes me sinto tão só, me achando um desgraçado, um E.T. - e olha que até o bichinho estranho do Spielberg teve um amigo fidelíssimo -. Penso, no entanto, se as pessoas estão se comunicando ou conectadas realmente a despeito das sem-fim tecnológicas formas de interação. Acho que um dos meus mais sérios "problemas" é a ficção: durante certo tempo, venho vivendo-a, cuja imagem custo a discernir da realidade. Tenho problemas, tenho decisões, tenho dúvidas que estão me consumindo e acabei de perceber que tenho dificuldades psicológicas (caríssimos, estou com a doença do século). E eu só tenho 23 anos. Estou, assim como E.T., À espera de um milagre, meio que em um Teatro dos Vampiros, na mescla difusa de imagem, som, realidade e expectativas. O caso é que lá no fundo ainda acredito nos milagres, nos sonhos e, surpreendentemente, me puno por isso. Só que, como li em um blog muito interessante, não se vivem os sonhos, o que se vive é a vida, e como ela é dura (não é mistério para ninguém). Creio que é chegada a hora de acordar de vez ou cair numa doença do sono. Tenho um certificado de conclusão na mão e beiro a achar que a minha vida está para ser concluída. Isto é péssimo, mas é vivo em mim e não posso ter vergonha de demonstrar as minhas fraquezas. Não é para ser digno de pena, mas para que eu me veja como sou. Que maravilhosa é a linguagem!

Este é mais um relato-lamento, das minhas andanças. O blog deveria ser uma espécie de diário de bordo da minha soberba viagem metafórica, contudo observo que me perdi, parei em lojas de departamentos, desviei dos caminhos, segui caravanas e me esforço para não constatar que perdi o foco. Daqui já tirei muita força para seguir, para mudar e, por isso, não interpreto mais o Na estrada como um relatório de percurso, e sim como uma bússola. Dei-me conta de que não sou muito chegado a escrever relatórios, pois soam a obrigação, que soa a rotina. Eu me dei conta de que sou avesso a rotina e sou, ao mesmo tempo, aquele que precisa de ordem para viver. É tão contraditório. É tão humano. These are just the Rules and Regulations... perhaps...

Bem, é isso. É o que está passando pela minha cabeça neste momento de tanto medo. Só não posso me entregar. Deus está solto. Eu estou aqui.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Do meu coração...


A gente passa um bom
tempo na universidade, aprende um punhado de coisas, conhece uma porção de gente. Chega então o momento da formatura e tudo isso parece passar para segundo plano dada a correria dos preparativos. No entanto, as coisas importantes tendem sempre a voltar ao centro das questões e é neste exato instante, em que deve-se escrever sobre os agradecimentos, que se observa isso. São bastantes nomes, por isso tenho de começar logo. Rosana, mocinha, embarque comigo, pois você é minha parceira desde os meus primórdios educacionais:

Dando início à breve escalada através dos tempos, lembro-me, em idos de 2005, da minha chegada à Universidade Federal de Sergipe; me voltam as muitas expectativas e assombros frente a tantas "novidades", bem como os primeiros amigos feitos lá: Ivaci, Israel, Daniel, Deivid (boys), Cris, Dalene (minhas companheiras de peripécias acadêmicas e de trabalho) e (the American girl) Ana Carla (girls). Foram demais aqueles dias de correria, trabalhos "imensos" em que pudemos contar uns com os outros (by the way, vai um "chêro" para a Profa. Christianne Gally). Valeu, meus grandes! Algum tempo depois, continuei no caminho e encontrei novos companheiros que me ajudaram a fazer da minha estada na universidade um tempo real de alegrias: Saulo (meu irmão) e nossas longas conversas sobre Coldplay, Los Hermanos ou Franz Ferdinand no buso... (Ótimos tempos aqueles, hein, Saulão?!) Foi também na época que conheci cinco meninas que pareciam amigas daquelas histórias literárias de tão unidas e sintonizadas: Talita (e seu adorável jeito mandão), Bel (gentileza absoluta), Márcia (de inteligência assombrosa), Andressa (a nossa alegre pequena grande menina) e meu inesquecível Verbo (pois suas ações eram de uma singularidade perturbadora): Verbena (ao escrever isso lembro do rosto de todas, das cenas, da biblioteca... é incrível!). Desse grupo das "meninas de Vernáculas" fazia parte também a personificação da elegância e da meiguice nunca por mim vista antes: Lílian (e suas gipsy hands (vi isso uma vez no seu msn e não esqueci mais)). Junto dela - que no meu último período foi minha parceira de estágio -, fiz uma das mais fantásticas viagens da minha vida, na qual conheci mais um irmão, John Max, que - apesar de não ser de Letras - foi companhia presente (até em ausência) no curso. Os anos seguintes foram tempos de mudança, impulsionado pelo competente Prof. Everaldo, tive contato com as minhas raízes afro (com a ajuda da minha "árvore ancestral" chamada Profa. Fabília, a vencedora), comecei uma nova viagem: as questões sociais. Vi, graças a eles, uma faceta diferente do mundo e não consegui mais permanecer alheio. Com uma galera que deu vida a minha nova demanda - encabeçados pelos incansáveis lutadores Magno, Mirla e Manu (meus AMIGOS com os quais formei algo perto do Quarteto Fantástico de série teen americana, com brigas e reconciliações constantes) - nasceu oGrupo Serigy (GS) (sintam-se todos os que fizeram parte dele contemplados neste texto). Lá firmamos amizades e conheci mais irmãs-amigas como Mel (a mais doce mandona do pedaço, correta até o fim), Elúzia(melhor tradução das palavras carinho e dedicação) e a mais brilhante das estrelas do meu céu: Roberta Dayne (a minha prosa poética animada). Também fui um fiel estudante de pesquisa acadêmica e nessa minha fase vieram dois presentes chamados Cleide. Uma (Cleide Selma) era estudante, como eu, e a outra (Cleide Emília) professora: aprendi de dois modos diferentes o que signifcam as palavras amizade e admiração. Não poderia deixar de constar aqui a presença de uma das promessas dos Estudos Literários, a simpatia chamada (Profa.) Daniele: obrigado por sempre torcer por mim! O Grupo Serigy construiu algo impossível de esquecer, um sucesso de nome "Semana de Estudos Clássicos" (a SEC-UFS, ah! quantas lembranças, né, Melzinha?!) que repercutiu no que temos uns pelos outros hoje no GS. Na segunda edição da SEC aprendi a amar mais uma vez. Responsáveis por isso: Elynne (bitoooooooooo!) e Nara (Paaaaablo!), duas princesas de alma e coração nobres, sem esquecer, é claro, de Vanessa, que eu adoooooro! (hehehe!). Mando também uma leva de agradecimentos para os meus amigos Poliete (a "quebra-jequitibá"), Manu (com a sua seriedade e simpatia), Midiân (esquentadinha como eu nas aulas de Estágio), as Aline's: Suellen (a minha mestranda do coração) e Maria Aline (a fugida! hehehe!), sem esquecer de Waleska (grande coração) e o carniça do Everton (que "meio que se acha", mas que é um grande brother!). Um beijo para Jeane (amiga, integrante do GS e companheira de pesquisas e "é, né?!"). Tenório, um forte abraço, meu irmão transcendental!]; Enfim, são muitas as pessoas que fizeram e fazem parte da minha história na UFS; estão incluídas nessas lembranças de agradecimento seres excepcionais como a Profa. Denise Porto (uma madrinha acadêmica), o Prof. Antonio Cardoso, o Prof. Denis Cruz, a Profa. Maria Augusta Rocha Porto, a Profa. Dinah Girão e a Profa. Ana Leal Cardoso, que durante alguns períodos foram exemplos de compromisso e retidão.

Agradeço ao Colégio Alternativo - minha primeira experiência docente -, assim como a todas as pessoas com quem convivi lá, por confiar a mim turmas que me ensinaram demais. Também sou grato ao Centro de Ensino Fisk pela oportunidade de me fazer parte da sua família e pela aposta nas minhas competências profissionais (e por ter uma coordenadora chamada Raquel - a qual conheci ouvindo que "In the end, only kindness matters" -, a força incentivadora nos meus dias cansados). Homenageio também aqueles que me inspiraram a chegar à UFS através de aprendizados que levarei para sempre. Vai um "oi" para Adilson e Silvia, lá do YES, o qual foi a minha casa e point durante tantos anos Um abraço para aqueles que trabalham comigo e um especial para a nova integrante da minha vida: Aline, sou honrado pela sua amizade.

Neste trecho quero tratar de algumas almas que me ajudaram a ser forte quando as coisas mais estiveram difíceis, que me fizeram ver além e que hoje fazem parte do que há de melhor em mim: Profa. Maria José, obrigado por me fazer acreditar no Bem, por me mostrar o caminho para Ele, pelas nossas conversas, pelo amor que sempre senti no seu olhar; Iris, você foi a Voz para mim, nunca esquecerei das conversas que tivemos, do quanto cresci vendo você crescer: sem a sua amizade eu estaria perdido; Rosilda, nem sei se você lerá isso, mas até hoje as suas gargalhadas me trazem a recordação de uma alegria sincera que ando achando difícil de se encontrar.

Peço desculpas pelos nomes não citados, mas as linhas são demasiado limitadas para escrever todos aqueles que me ajudaram a passar pela experiência superior de estar e viver a universidade. Estejam lembrados e abraçados.

Por último, e mais importante, o maior agradecimento de todos vai a dois fatores que me ergueram e orientaram nesses cinco anos de vivência na UFS: minha família (Minha mãe, Inês, minha irmã tão amada, Kelly, e meu pai, Gerson) e, acima de tudo e de todos, Deus, Senhor absoluto da minha existência, que me deu a chance de viver tudo o que vivi para ser tudo o que sou (e serei).

That's it!


Obrigado!


Gersiney Pablo Santos

Aracaju, 19 de novembro de 2009