sábado, 28 de junho de 2008

Boa noite

Sábado à tarde chuvoso. Tô aqui numa preguiça tremenda de fazer as coisas que tenho de fazer; uma delas seria sair pra ver um desfile de quadrilhas e emendar com um show de Elba Ramalho. Mas quando chega o final de semana e se tem um pouco de paz depois da correria da semana, fica meio complicado ter ânimo pra abandonar suas leituras ou lazeres recônditos pra novamente estar fora de casa. Ainda por cima tenho obrigações da universidade, uns exercícios sacais, mas fazer o que se nosso tipo de educação, mesmo no Ensino Superior, nos força a fazer atividadezinhas valendo nota. Eu sei que é bom pra somatórios, mas acontece que quando chega o weekend só dá vontade de passar o dia inteiro em frente ao PC, só vendo besteira ou utilidades mas tudo sem sair do quarto, como naquela comunidade do orkut: "Meu quarto é meu mundo". Engraçado. Hoje ele tá servindo de um lugar de refúgio. Não agüento mais algumas atitudes da minha família. Só gritam, cobram, me enchem. Aff! Por isso hoje nem saí do quarto. Vou comer e volto. Pra ter contrariedade é melhor ficar ouvindo No Doubt aqui dentro. Hahahaha!!!
É bom também estar um pouco à parte do mundo cotidiano pra - como sempre - pensar um pouco. Tava dando uma olhada neste meu blog e percebi a quantidade de textos meio deprês que andava escrevendo. Claro que eles não foram premeditados, mas acabei ficando meio cansado de encontrar só lamentações, apesar de estarem expressos muito bem contruídos, não deixam de ser tristes. Fui ver lá no primeiro post e era diferente porque se encaixava na idéia de aqui ser uma espécie de "diário de bordo", quando ele tava se tornando uma poço de lágrimas. Talvez seja porque sou uma pessoa de alma acabrunhada. O que importa é que hoje vou fazer uma coisa diversa, vou voltar a escrever coisas mais light.

E é ao som do In Rainbows que vou começando.

Ontem fui pra biblioteca e dediquei meu resto de tarde pra acabar de ler "o que é poesia marginal", de Glauco Mattoso (o livrinho da figura). Muito massa. Ele tem sido muito importante pra me ajudar a ter base quando for apresentar o minicurso proposto por mim e por um amigo aprovado no ENEL 2008. O título do trabalho é "Literatura e Ditadura: marginalismo nos 'anos de chumbo'" e vai tratar da poesia marginal neste agitado contexto histórico. Tô mergulhado mesmo no universo. Pra falar a verdade, eu sempre estive, de certa forma, ligado ao tema, pois sou apaixonda pelos anos 60, por causa do tropicalismo.Porque considero a Tropicália um momento ímpar da nossa história e sei que é mais do mesmo dizer isso, mas nunca é pouco repetir. Pra começar mesmo, resolvi ler algo introdutório, pra isso peguei um livro daqueles que servem de base pra se situar, tipo "série Princípios" e fiquei louco, daí comecei a ouvir outras coisas de Chico, além de "Construção", da época que ele também criticava o regime da maneira dele, e pense, foi muito louca a sensação porque o que eu lia via depois refletido nas músicas, não só dele, mas nas do pessoal daquela época. Um exemplo. Teve um dia que li sobre a decretação do Ato Institucional nº 5, tipo, o pior de todos, li que naquele momento as pessoas ditas "perigosas" foram cada vez mais perseguidas - bem como diversos setores sociopolíticos não coniventes com o regime - então, quando novamente me "expulsaram" da biblioteca, fui pra casa ouvindo "Acorda, amor" e tudo foi tão nítido, foi como se estivesse presenciando uma das ações dos militares. Incrível. Esta música já entrou no hall das minhas favoritas porque já ultrapassou seu sentido de superfície pra mim, tornando-se especial. Fiquei interessado no período, principalmente porque durante certo tempo a mídia estava bombardeando informações sobre o niver de 40 anos do "Maio de 68", e queria porque queria saber mais sobre tudo o que acontecera. Comprei o livro de Zuenir Ventura e quero começar a lê-lo logo. Quanto à poesia marginal, consegui acabar de ler o livro do Mattoso. Lá ele foi claro em querer quebrar o rótulo de "marginal"; pra isso, começou a colocar as diversas conotações do vocábulo e mostrou o quanto é difícil limitar arte a uma palavra, no caso, a um estereótipo. Mattoso relativizou geral pondo em xeque o conceito de "marginal" e me deixou com uma questão na cabeça: o quanto é complicado isso de se auto afirmar algo, pois no fundo, se você quer ser o salvador da pátria e quer colar em si a imagem de "o mártir", com certeza há intenções outras por trás desse discurso de "bom irmão". Por isso, não acredito em quem se diz demais porque a partir do momento que torna-se necessário dizer algo de si para os outros apenas significa que se quer ter um destaque, por isso não passa de vaidade, do eterno desejo de ser reverenciado. Entonce, será que algo se torna marginal (através da opinião de outrem) ou apenas se é marginal, sem a preocupação de parecer ser? É preciso pensar...

VAMPIROS e SOM BRASIL...

Cheguei um pouco sonolento da biblioteca, pensei que fosse logo ir dormir, mas não aconteceu. Nem sei porque, mas me peguei assistindo TV, comecei com o Pânico, depois partir pro bom Leitura Dinâmica - a única coisa da programação da RedeTV! que vale a pena -, emendei no Jô - que foi um porre; a única coisa que não me fez perder a noite foi ter assistido a Roberto Justus cantando... Sem comentários. Ele pode ser uma boa pessoa, mas como cantor está como um perfeito Aprendiz em início de processo. Beirava o engraçado. Mas esse pessoal rico inventa cada abobrinha e é tudo "lindo". Como diz minha irmã, se fosse pobre o povo atirava pedra. Depois veio uma duente que deveria falar da história da maquiagem... (o primeiro momento de sono promovido pelo Programa do Jô) Na realidade era um tema que poderia ser bem aproveitado, mas quem deu a entrevista foi o próprio Jô, pois ela não falava nada e ainda concordava com as lições de história dadas pelo entrevistador... Terrível. Resolvi ir dormir, até que ouvi uma chamada do SOM BRASIL que homenagearia Cazuza. Eu não acho toda essa graça nele, mas resolvi tentar salvar o resto da minha noite e ter um bom início de madrugada, ouvindo boas músicas e boas vozes. Pacientemente esperei até que começa o segundo bloco, no qual um professor de metafísica veio falar sobre a população em outros planetas, sobre as naves que pulularão no futuro distante, e eras geológicas. Uma coisa que não negava a titulação do convidado. E pra arrematar, um último bloco com Roberto Justus cantando "I'm just a Gigolo" pagando de Frank Sinatra... Acabou então. Finalmente começou o SOM. Apesar de, como já disse, não ser muito fã de Cazuza, até que gostei, principalmente porque quem liderou a trupe de intérpretes foi Ney Matogrosso. Na verdade, ele foi o que conseguiu me prender até o fim do programa (ele e Letícia Sabatella). Ah! Tinha uma menina, Ana Cañas, que q até começou a me despertar interesse - primeiro porque ela era muito gata -, mas depois vi nela um reapresentação de Elis Regina. Já não me empolgou tanto. Mas a fia da peste cantava bem tb. Pra acabar, assisti ao Supercine. Foi mto massa porque passou "Drácula de Bram Stoker". Não me canso de ver este filme, principalmente quando Monica Bellucci aparece com as peitcholas de fora. Muito linda aquela mulher. Demais. Depois fui dormir, sonhando com as noivas do Conde Drácula.

A TONGA DA MIRONGA DO KABULETÊ pra todo mundo hj!!!

Hoje eu num tô pra conversaaaaaaaaaaaaaa!!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Mundo desencantado

Mais uma vez o unfit. Eu e meu computador. Eu e meu celular. Eu e minha cabeça pesada como saco de moedas, como bola de assopro. E tantas vezes eu tão comigo até o momento de dizer chega, em que ia contra mim mesmo por ser difícil não estar ajustado, além de duro é doloroso porque ninguém nunca será bom para você porque você mesmo não o é consigo. Fazer do mundo um espelho não é a melhor coisa “Se eles fossem como eu, tudo seria mais fácil”. Será mesmo?
Nessas minhas andanças, me encontrei com lobos, com cadáveres falantes e até com príncipes que me diziam que só se deve cobrar do outro o que ele pode lhe dar, mas sempre fui diverso e avesso a conselhos porque quando se tem na frente um espelho as ondas também refletem, ou seja, batem e voltam. Elas sempre retornam pra me fazer reverberar o que trago escondido: eu não sou igual, não acho afins e por isso o mundo nada vale pra mim: me sentindo uma autêntica e embriagada Maysa. Não sou deste mundo. Não entendo. Por que tenho que julgar a opinião das pessoas, pegar suas palavras e jogá-las contra quem as disse sem tentar considerar que elas valem de alguma maneira? Por que devo permitir que a vaidade não me deixe ser humano? Por que preciso de heróis que carreguem todas as minhas responsabilidades? Questões assim é que me fazem avançar e retroceder em apenas um passo.
Não sei, às vezes, deliberadamente, faço de alguns dos meus momentos um suspiro longo e desejo o inusitado: que a vida estivesse num limite que variasse entre tons altos, baixos, graves e agudos, construísse-se como uma música, mas uma dos Beatles, daquelas bem coloridas, com gosto de carambola chupada do pé debaixo do sol, que sempre me reservasse uma gostosa surpresa durante o período de execução e que depois morresse lenta ou subitamente pra logo ressuscitar através de frutas outras filhas que espargiriam sementes por todo o terreno circunvizinho à circunferência da minha cabeça e que girassem e girassem qual as carambolas caindo no bilôco do areal perto da minha casa. Uma viagem hipostática. Alegre e surpreendente como “Domingo no parque”...
Mas sinto que este mundo não é mais meu. Eu não sei as escalas musicais. Não sei a que família de plantas pertencem as carambolas. Não conheço a discografia completa dos Beatles. Só sei gostar de “Domingo no parque”, apenas num gostar por gostar, como quando alguém faz um bem pra gente e então passa-se a querer bem a essa pessoa, sem ter nem querer nada em retorno a não ser a visão de vê-la sorrir. Como quando a gente começa a amar, mas a sentir o sentimento mesmo: quando só se quer o bem do outro, que esteja sempre por perto e desejar encontrar-se por acaso e ver seu sorriso, seu sorriso, seu sorriso, meu sorriso, nosso sorriso. Talvez não neste mundo. Tenho certeza que todos estão crescendo. Eu não. Para as mirabolantes concepções de alguns, esteja regredindo, me alienando, me “recoisificando”, sendo mais um com a síndrome de Peter Pan, mas o que vou fazer se aqueles que escreveram e disseram coisas tão lindas sobre a magia da vida se esqueceram de colocar uma observação, uma nota de rodapé que fosse, esclarecendo que aquilo tudo era só pra te encher a cabeça de róseas mensagens subliminares que lá na frente estariam sendo analisadas para um resumo, num desconsiderável livro, que “provaria” que essas fábulas eram apenas mais um método de “estratificação de classes” – e acrescentariam uma linha no Lattes (importante dizer!?).
Fico pensando, quando tiver meus filhos qual será a maneira de criação deles e este questionamento é mais um momento em que gostaria muito que se tornasse canção, pois não me é agradável; sinto que provavelmente eu fique in ou definitely out. Se hoje em dia os amigos já não sabem de você, não se importam se as palavras te machucam ou não, se estão sendo bons companheiros, se eles não ouvem mais, não têm tempo para saber como foi seu final de semana, conhecer alguma boa história sua que estreite os laços, se essas coisas todas são muito supérfluas e o que mais importe seja rir à toa e no final do dia deixar os deslocados do mundo, em suas casas, em companhia de objetos tão duros e frios como são as pessoas hoje. Graças a Deus há expressões múltiplas, uma delas é a palavra, que realmente liberta, estabelece um portal de onde se pode voltar o rosto e olhar seu passado de alguma forma congelado, num universo paralelo. Com tudo isto que novamente penso que, definitivamente, eu não sou deste mundo.