quarta-feira, 29 de julho de 2009

EX(pectations)

Parece brincadeira. Próxima segunda será o início de um fim: meu último período na universidade. Ainda tenho alguns registros de quando entrei lá, cheio de expectativas e esperanças. Muito massa! Vim de lá hoje. Foi o fim da disciplina de inverno que estava cursando, uma de literatura que tinha por plano falar a respeito de "Old English", "Middle English" e "Elizabethan Age"... Tudo o que não tinha interesse em saber - rever Beowulf foi meio chato para mim. No entanto, as aulas me chamaram a atenção por um grande motivo: fomos além. Na pequena turma, falamos de assuntos vários como simbologia e identidade - inclusive estou com um livro de Stuart Hall para devorar até o início das aulas -, além de termos discutido muito sobre esses e outros assuntos. Valeu bastante a pena. Digo isso porque esse lance de ir além soa bem a meus ouvidos. Foi uma coisa que tentei muito durante o tempo que estive na UFS; não me conformei com o que estava posto naquele momento, e isso é algo de que tenho muito orgulho. Como sempre falo para os meus amigos, vivi a universidade, dentro das minhas possibilidades, mas vivi, e bem (e vou vivê-la por mais um tempo, depois...). Não sei o que serão esses próximos cinco meses, mas têm de valer!

Que venha o período 2009/2. Eu estou pronto.

domingo, 19 de julho de 2009

E o Verão passou...

Ando observando minha família e suas características que mais me saltam aos olhos. Durante certo tempo ficava me perguntando por que eu tinha "caído" numa família assim, beirando a chatice. Eu não entendia. Via os outros meninos e atentava para sua "liberdade" e ficava, muitas vezes, puto por minha mãe ou meu pai não me deixarem brincar na rua até bem mais tarde, andar com essas ou aquelas companhias e, até mesmo, não me comprar brinquedos - por temerem por minha saúde física, no momento em que todos possuíam essas doces tolices. Enfim, minha família sempre me fez sentir alguém diferente, especialíssimo, bem-cuidadíssimo. Um primor. O tempo passou. Cheguei ao colégio e as coisas continuaram. Devido à exigência de minha mãe, era comum ouvir em casa: "Meu filho, deixe de assistir TV e vá estudar!" ou "Que bagunça está essa casa, seu quarto, o que as pessoas vão dizer!". Eu odiava tudo aquilo, mas fazia porque alguma coisa me levava a cumprir a ordem. Fui crescendo, a televisão sempre em nossa sala principal; a família sempre reunida em torno dela: novelas, programas de auditório, desenhos. Minha infância foi isso. Meu prazer era sair com minha mãe e comprar novos desenhos para assistir. Ela às vezes assistia comigo, às vezes me deixava assistir com minha irmã. Eu sempre gostei mais dessas coisas do que minha irmã: das figuras, da mágica que fazia uma figura colorida correr, sorrir e cantar. Ah! Eu adorava cantar. Eram músicas bonitas, bonitas demais. A mensagem sempre era: seja bom, seja feliz e cante. Cresci, de fato, acreditando nas canções, a vivê-las. Já no tempo da universidade, tudo era muito novo. As coisas se mostraram para mim de uma maneira inédita, sei lá. Desde a escola encontrei os vilões dos meus filmes, não obstante isso, eu cantava, doía, no entanto passava; sempre paguei o preço pela família que tive. Fraquejei em vários momentos, mas depois vi coisas que os outros não viam. Eu precisava de horizontes. Foi a hora em que a música me ajudou deveras. Ouvia os outros caras falando apaixonadamente sobre fazer música, mas o papo era baixo, guitarra, amplificador: eu não entendia daquilo, pois nunca soube "fazê-la". O pior corte, sem dúvida, é o feito em ti por ti mesmo. Para mim, saber música era o papo deles e eu também tinha de saber, afinal, o que os outros iam dizer! Mas não, outra vez vi que, era o mundo, eram apenas pontos de vista, e eu podia ter o meu. Não era para eu sofrer por ver diferente, por ser diferente, por, por exemplo, amar a música pelo que ela tinha a me dizer, menos pelo modo que era tocado, pelos intrumentos que a compunham. Passei isso para a vida. O preço pela minha família superprotetora e exigente também deixou de pesar tanto, pois ele era apenas mais um ponto de vista, de coisas e pessoas que não sabiam o que eu tinha. Vi, então, o quanto fui injusto por querer ser de outro núcleo, por querer renegar o presente que foi essa minha bagagem. Hoje, vejo que, de fato, a família é uma dessas coisas que chamamos de "mal necessário". Se sou como sou, se penso duas vezes antes de fazer as coisas, se sou extremamente sistemático ou preocupado, devo boa parte disso a eles. Agora reconheço que minha mãe e meu pai fizeram de mim um homem socialmente adequado e bom, que pensa muito nas coisas que faz, que respeita sorridentemente as pessoas, que sonha com a Primavera da Felicidade, mas com a alma outonal, diante da paisagem de Inverno. É, sem dúvida, na família que se começa a ter o gosto de que o mundo é feito de regras e regulações. É nesse microcosmo que se começa a gostar delas, onde serão formadas as cabeças componentes do nosso admirável mundo. Este texto é um agradecimento a minha mãe, a meu pai e à música, bem como àqueles que sempre tacham os outros de algum modo. Meu amor a vocês!

P.S.: Obrigado, minha família por ser um lugar concreto do mundo desconexo. Há atitudes que realmente não voltam atrás. Em todas as Estações.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nada não

Tu tuuuuuuuuuuuu! Mais uma parada no meu diário de navegação: capítulo FÉRIAS. Agora, neste exato momento, estou com uma dor de cabeça da gota, mas estou aqui. Escrever no blog não tem sido uma obrigação - na verdade, ando fugindo delas -, mas um grande prazer, o de voltar a escrever sobre coisas que não estão ligadas ao dever! (hehehe!) Ontem, antes do parêntese que precisei fazer, estava pensando em falar sobre como foi o dia. Demais! Fui pro trabalho porque tinha uma reunião com os novos funcionários. Fiquei lá boiando, porque acho meio chato isso de ficar dando ótimas vindas às pessoas; pra mim soa meio forçado e sedutor, pois as coisas, na maior parte das vezes, não saem como "no primeiro dia". Mas tinha de ir, fui. Tantos sorrisos e eu lá, não rindo tanto, esperando minha vez de falar sobre mim - detesto! No final das contas, sobrevivi. Apesar de tudo, acho legal esse tipo de coisa, pois é uma maneira de agregar. É o verbo, né?! O que mais conta é que encontrei pessoas com quem gosto de estar e a gente conversa, ri, se abraça e é uma festa da pêga. Pra mim isso é o que mais conta. Depois vim pra casa e minha irmã tava, como sempre, no PC, editando foto. Fui
zapear pela TV e caí na minha grande e querida TV Cultura, tava passando Metrópolis - um programa cultural de variedades - e, em seguida, começou um especial sobre a FLIP (pra onde não fui infelizmente). Pronto. Não podia ser outra coisa pra me fazer parar. Quantos livros. Um dos convidados era Chico Buarque. O bicho tava parecendo um pop star com pessoas alucinadas a tentar alcançá-lo; definitivamente, o ser humano é algo interessantíssimo mesmo. Massa foi o clima que passou o programa; como são bons os livros (objetos transcendentes... Livros, já dissera o poeta): ainda estou em 1968. Uma viagem, é massa. Meu pai me fez uma surpresa que ligou texto e imagem: trouxe um DVD de clipes do Michael Jackson - um milagre porque não temos os mesmos gostos musicais -, o que foi interessante, pois já tinha comprado uma revista especial falando sobre sua carreira. Resultado: noite regada a FLIP e Michael Jackson. Foi assim. Legal. Cansei de escrever. Vou fazer outra coisa ou dormir. Amanhã quero passar minha manhã toda na cama, levantar à tarde ler meu livro e me preparar pra ir à UFS. Tomara que chova hoje de madrugada. Ui! Este texto já foi, e eu fui!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

mea culpa (ou "colega x amigo")

Tinha decidido não ficar escrevendo coisas demasiado psicológicas durante essas postagens de férias, no entanto um fato que notei me chamou a atenção: os termos "amigo" e "colega". Eu os usei durante várias passagens do meu texto anterior (é, eu releio os meus posts!) e não achei justas algumas coisas colocadas ali. Rever o que postei levou-me a fazer ponderações sobre como a linguagem é importante para designar, definir, assim como para afastar. Usei "colega" (uma palavra perversamente polarizante) em três situações: num primeiro momento, para uma pessoa que tenho convívio na universidade (a do livro), num segundo, para falar da amiga da minha irmã e, numa terceira oportunidade, para tratar da deliciosa companhia que tive ontem à noite - e que me deu um momento de bem-estar depois das atribulações por que passei. Nesta última colocação fui absoluta e tolamente injusto. Não foi só uma "colega" a pessoa que me acompanhou ontem, mas uma AMIGA (a qual amo e que entende os meus vacilos toda a vez que me ponho a tratar de certas coisas), pois já não lhe nego minha infantilidade, minhas fraquezas idiota(mente) masculinas. Esse texto é para dizer que amizade para mim é isso: é me fazer esquecer do mundo quando estamos lado a lado. Isso é amor, e eu, com certeza, amo essa minha AMIGA (bem muito - hehehe!). Tem vezes as quais eu, sozinho que sou, fico pensando como é triste ser gelo, uma coisa só, aí então me vêm à cabeça as pessoas que acompanham a gente, que insistem em estar do lado, em nos puxar para o Sol, ao Azul, a ser Vida. Não considero serem "colegas" esses seres. Não é possível esquecer as horas em que estou cansado, odiando o universo por estar nele, por ver e ser companhia dos cupins que o parasitam, e chega alguém a me fazer rir por uma bobagem que vale mais do que ouro. A vida volta a ter brilho e luz; renasce a graça de existir. Isso não é ser mais "colega". Quando a gente sente que faz parte da vida de alguém e que esse alguém nos diz que tem saudade, e ralha conosco pelo tempo de separação e nos olha: você sabe, já não há espaço para palavras, mas um indescritível e único abraço. Não acredito ser isso simples coleguismo. Quando se pensa trocentas vezes sobre se uma ação sua pode interferir na harmonia de alguém, em específico, ignorando aquele papo chato de catequese sobre "o próximo", existe sim uma distância entre o que é um colega e o que é um amigo. Quando você olha uma foto, pára (com acento diferencial, pois como Caetano, defendo esse brasileirismo!) e se dá conta do quanto mudou, aprendeu e, no instante, alguém especial vem a sua cabeça: ali se é um texto e ali está a surpresa fantástica de estar sendo lido, sendo fonte a alguém. É lindo e indescritível. Você é importante para alguém. Porra! Esse "alguém" já não é só um "alguém", um "colega", já é amigo. São coisas que não se tem às pampas hoje em dia; são fenômenos, manifestações raras, que estão numa rota por onde passa um multidão necessitada, direcionada apenas a um fim (que varia de um para outro) e que desconsidera que detrás das pedras alguém deixou um presente para sua vista cansada. É o amor, e tanto amor precisa ser retribuído com amor, com atenção. Não quero ser "rei". Não quero mais ter um milhão de amigos. Quero amigos fora desse milhão, pois colegas multiplicam-se, reproduzem-se em milhares e milhões e, no fim, só te sufocam (eles são o "mundo-lobo-bobo"). Definitivamente, amigos para mim são assim: um em um milhão. Não são colegas. Nunca serão. Peço desculpa pelo lapso de esquecer que no mundo ainda existem surpresas atrás das pedras da estrada, flores raras chamadas AMOR. Amo-te, minha amiga, eu te amo, meu amor.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Normales

Continuando nessa minha saga (hehehe) de férias, hoje fiz as coisas que planejei. Foi mais um dia tranquilo, melhor porque tive que voltar à rua depois do acontecido. Pensei que fosse ser traumático, sei lá - acho que ando pensando coisas demais sobre mim, coisas demais -, porém, como dizem alguns que conheço, foi de boa. Fui pra FISK e dei aula (plantão de dúvidas) pra uma garota. Foi legal, as coisas rolaram em paz. Li meu post de ontem. Caramba! Como escrevi sobre coisas que não fazia há algum tempo: bobajadas, descompromissos. É bom fazer isso. Não me levar tãããão a sério. Comédia. Mais cedo, recebi uma visita muito especial em minha casa; uma amiga de minha irmã que gosto muito esteve aqui, almoçou conosco. Elas duas, minha mana e ela, ficaram conversando sobre coisas e coisas e eu cantando no banheiro, tomando banho pra sair pra o curso de inglês e não me atrasar. Estou ficando meio paranóico com horários (...). Não assisti muito TV, nem fiquei no PC como ontem, também só li algumas páginas do meu interminável livro "1968: o ano que não acabou" (ele simplesmente não acaba! e olhe que estou na terceira e última parte). Tenho que confessar que comecei a lê-lo bem mais motivado, no entanto não consigo avançar, pois minhas leituras, até antes das férias, se davam em busos. Estou, na verdade, louco pra começar um outro livro emprestado por uma colega da universidade, mais um de Hesse (sô "aviciado"), "Narciso e Goldmund". Tô com os olhos salivando para cair na história, contudo devo acabar "o que não terminou" (hehehehe). Por falar em 1968, política, hoje à noite, aqui em casa, tivemos uma discussão sobre maioridade penal. Estávamos assistindo a um debate sobre o tema e aquela deputada bonitinha do PCdoB, Manuela D'Ávila, falou coisas interessantes, sedutoras, mas interessantes sobre a educação. Acho que veio a calhar, pois fui vítima de um menor - que disse que ia me furar todinho. Concordo com ela quando disse que não se deve pensar nessa redução da idade penal como fórmula para dar cabo da muvuca que tem sido nosso país. Eu também creio que a resposta está na construção do cidadão, mas a questão é saber até quando ficaremos só nisso. Eu confesso, estou cansado para pensar sobre. Só sei que, antes de tudo, é preciso ter organização e compromisso. Infelizmente essas duas palavras andam meio escassas nas relações. Não quero compactuar com isso. Não mais. Cansei de clubinhos. Se for para haver, que me deem prazer, não problemas. Ainda dei uma passada pela UFS. Aff! Só perdi meu tempo, pois a tal disciplina de inverno nem aconteceu. O professor esteve lá pra explicar alguma coisa que eu, pra falar a verdade, nem prestei muita atenção, pois só queria sair pra comer. Tomara que seja interessante na hora que começar, pelo menos. Pra fechar o dia de hoje, fui pro shóps, e não tinha o celular que queria - acho que vou ter de comprar pela net, mas, é claro, só depois de um balanço nas minhas contas -, isto é, não tinha, vírgula, pois fui a uma das lojas e fiquei plantado com uma colega à espera de atendimento. Tudo bem que o lugar estava meio cheio, mas nada justifica o fato de eu não ser atendido quando vou dar dinheiro àquela joça. Parece que a gente tem que pedir pra pagar. Assim foi com a Oi, que me enraiveceu profundamente com aquela secretária estúpida, dita "inteligente", que sempre torra o saco de quem liga. Ela não entendia nada do que eu pedia e quando finalmente conseguia meu intuito - falar com a atendente - a ligação caía. Fiz questão de ser atendido só pra dizer que tinham acabado de perder um cliente pela falta de atenção dispensada. Da minha parte, vai ser assim pra pior agora. O mundo só funciona assim; se me exigem, vô-lhes exigir também! Ah! Ainda passei no Subway e comi um burgão de almôndega com minha colega. Foi demais. A gente riu muito à noite e, de lambuja, encontrei uma conhecida. Pro fecho desta terça, comprei uma revista inteirinha falando sobre Michael. Agora é só lê-la! Ser feliz e lê-la! Fui, pois minha mãe tá pegando no meu pé pra eu ir dormir!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mais um dia

Hoje na primeira segunda-feira de minhas férias fiz tudo o que queria: nada. Fiquei o dia todo "de boa". Primeiro, acordei às sete e alguma coisa da manhã, pois estava com vontade de ir prestar queixa do roubo do celular, mas as coisas começaram a se complicar porque ninguém sabia onde ficava nada (depois eu me dei conta de que não tinha mais os documentos do aparelho). Meu pai falou, quando contei a ele o que tinha acontecido, que àquela altura não surtiria muito efeito ir fazer a queixa. Eu também não estava com muito ânimo para enfrentar um clima de delegacia - principalmente porque não estava dando a mínima pro que tinha perdido - e, pra completar, começou a chover. Creio que não era mesmo pra eu ir. O que ia me fazer prestar a tal queixa era o sentimento de revolta por ter sido roubado dentro de um ônibus com todo mundo vendo e de manhã. O que mais quero é esquecer que aquela cena indigesta aconteceu. Tenho mais coisas a fazer do que me preocupar com um celular. Colocada a idéia da denúncia de lado, resolvi aproveitar o restante do dia. Passei a tarde toda me dividindo entre TV e PC... foi tão massa Havia um tempo que não via as coisas que queria, não lia textos que gostava, que não sentia o gosto de estar livre da pressão. Fui atrás também de umas agências de intercâmbio pra ver os destinos e o preços de algumas passagens pra fora. Quero muito ir pro Canadá, mas preciso ver o quanto vai sair esse meu desejo. Engraçado, passou hoje na MTV um programa especial sobre brasileiros que têm vontade de morar fora daqui. Foi ótimo, pois deu pra ver algumas opiniões, algumas dicas, enfim coisas que posso aproveitar, caso eu viaje mesmo. Ando cansado desse país, dessas coisas que acontecem por aqui. Não que queira abandonar tudo, a minha pátria pra sempre, mas preciso muito respirar novos ares. Não quero ficar mais sustentando um bandeira que a cada dia acredito menos, fazendo parte de discursos bonitos, nobres, mas vazios. Estou em fase de transição, mais uma, por sinal. Não ando me importando muito com o que os outros querem dizer ou pensam sobre mim, sobre minhas atitudes. Quero, sinceramente, que vão tomar banho, que se fodam aqueles que julgam, que acham que podem interpretar pessoas. Pra acabar de maneira ótima meu dia, passou na Tela Quente o filme que mais gosto do Shrek, o 2. Muito massa, pra mim este é o melhor da série - inclusive agora estou ouvindo a trilha sonora dele. Demais! - e ri bastante. Amanhã volto à realidade, tenho umas coisas pra fazer, tenho aula pra dar (um tira-dúvidas) - pelo menos é com uma pessoa que acho legal -, e tenho aula pra assistir na UFS - uma disciplina de inverno pra subtrair das que eu preciso pegar no período que vem. Acho que amanhã também vou dar uma passada no shopping pra ver o preço de uns celulares; tô de olho em um da Nokia... deixe eu ver qual é o modelo... ah! Nokia 5310 (fino, elegante, discreto e com funções de música). Se não tiver no shóps, compro pela Internet. Só não posso ficar sem celular. Até que queria, sabe. Admiro o pessoal que consegue viver bem sem, mas o negócio é que preciso (principalmente por questões de trabalho e de organização). Enfim, vou dormir. Já é meia-noite e, depois de um dia de sonho e uma noite de contos-de-fadas (mesmo que, brilhantemente, às avessas) é bem capaz de eu virar abóbora (hehehehe!).

Graças a Deus hoje estive mais calmo - salvo as horas que o telefone de minha casa tocava e eu pensava ser o assaltante -; ninguém me encheu o saco pra eu contar a história do que aconteceu e estava em minha casa, com minha família. Em paz. Graças a Deus.

domingo, 12 de julho de 2009

Going ahead...

Ainda estou meio em choque. Não consigo parar de lembrar da cena em que eu argumentei com o bandido na porta do ônibus diretamente, com todo mundo vendo. Meu Deus! Foi terrível. Quando fui dormir hoje mais cedo - na hora que terminei de postar o texto anterior -, fiquei pensando sobre o que eu poderia ter feito, ou o que poderia ter acontecido, mas, no final das contas, acho que acabou tudo bem.

O que está me deixando mal é o medo da possibilidade de ver o assaltante na rua, no ônibus, enfim. Estou numa idéia fixa com relação a isso. A todo momento digo a mim mesmo que não tem porquê isso, que se for para encontrá-lo novamente, não vou mais ser tão passivo e, se precisar, brigo também; a questão é que temo muito pela minha vida, pela minha integridade física: não fui criado, nem acostumado, a brigar em lugares públicos, e, provavelmente, levaria a pior, não sei. Não gosto disso, mas se for necessário, faço. Ele levou meu celular porque uma moça - para me deixar mais calmo -, na hora do roubo, disse "Ele tá com uma faca!". Primeira vez que fui roubado, não sabia como proceder, a não ser fugir de um lado para o outro naquele ônibus. Na cara de pau, ele disse "passe o que você tem aí no bolso ou vou descer no seu ponto e furar você todinho"... Foi ruim demais, pior quando dei conta que o garoto (porque era um garoto) não estava sozinho; havia um comparsa - muito calmo, por sinal - no fundo do ônibus, que só observava a situação do rapazinho alterado (o guri falava coisas desconexas com as pessoas do veículo; uma mulher, inclusive, quando desceu, fez o sinal da cruz) e que seguiu a direção do menino quando este gritou "Não desça ainda não". Neste momento, eu tentava me desvencilhar da perseguição do moleque que já tinha me dado aquele aviso nada amigável. Foi na parada do meu trabalho que percebi o outro: os dois iam saltar (e me assaltar) no meu ponto. Eu, que ia descer sozinho, já imaginava o estrago que poderia acontecer caso a dupla fosse em minha companhia; tremendo, dei sinal. Ele me observou. Na porta, fingi que ia e voltei atrás. O garoto fez o mesmo (na cena do grito ao segundo marginal). Sem saber mais o que fazer para acabar com aquela agonia, decidi entregar o aparelho NA FRENTE DE TODO MUNDO, ÀS DEZ HORAS DA MANHÃ... Desci dois pontos depois do meu, peguei um táxi e afinal respirei. Ainda tinha que ir para o trabalho aplicar prova e resolver alguns problemas. Minha cabeça estava a mil.

Acordei cismando sobre mais uma cabeça desse monstro chamado MEDO, no entanto estou tentando colocar em minha mente o que venho aprendendo e dizendo a meus amigos: o medo só está dentro da cabeça da gente; então, só a gente é que diz a força que ele vai ter. Estou abalado, afinal o troço aconteceu ontem, mas não quero ficar refém desse sentimento. Pelo contrário, devo tirar daquele dia algum (ou vário) aprendizado. E existe sim. Pode parecer louco, mas o que aconteceu me deixou um pouco mais feliz. Feliz por saber que não titubeei em preferir entregar meu celular. Isso se dá porque, numa situação dessas, imaginei que seria apegado a ponto de brigar para ficar com o objeto. Isso mostra que as coisas valem nada se comparadas a sua paz, a sua VIDA. É sobre ela a segunda ligação para minha felicidade: estou vivo, meu Deus! Qual presente poderia eu pedir? Posso trabalhar para conseguir outro celular, outras coisas; tenho minha família, tenho minha casa, pessoas que me amam, que cuidam de mim, que eu posso abraçar quando me sentir frágil e assustado. Aquele menino, provavelmente, não. E então, quem mais sai(u) perdendo nessa história?

Under panic

Finalmente estou de férias. Tenho um mundo de coisas para fazer, principalmente as que não fazia graças à universidade. Um delas é escrever, de fato, aqui no blog. Só Deus sabe o quanto estava precisando de férias, de algum tempo livre e fora da universidade, de algumas pessoas de lá, enfim, andava precisando de um tempo a sós. Minha vida tem sido uma correria de uns tempos para cá e poucas vezes tenho possibilidade de me sentar e escrever com calma. Hoje meu dia - o primeiro das férias - foi marcado por um acontecimento difícil: fui roubado às 10h da manhã dentro do ônibus. Percebo que ainda estou em choque, pois vira e mexe me lembro do indivíduo tentando abrir minha mochila, depois me perseguindo pelo veículo, num terrorismo psicológico terrível. Não me importei tanto com a perda do objeto, mas sim com a aflição por que passei. Não quero mais falar sobre esse assunto hoje.

(...)

Quando melhorar e parar de rever as cenas de mais cedo, eu volto...