sábado, 31 de julho de 2010

Élan Vital

O abismo de madeira da mesa de jantar
Separa o presente e um trêmulo futuro
Vozes familiares, quase impossíveis de suportar
A prisão num lar de fim-de-tarde mudo

Fuggi Regal Fantasima, frase de Verdi
Mas numa canção ela veio e tudo pareceu voltar
Aquele tempo em que pagou por andar diferente
Quando sentira necessidade de crescer e tentar

Com fantasmas visitou concertos e imaginou
E se não pensasse nos contras e nos males
Só Caetano, apenas Gal e unicamente os Beatles
Qual o grande problema se ousasse

Quanto custa a coragem da mudança
É um valor raro para, aos poucos, sentir
Não cabe mais carregar a velha criança
The Killers, The World We Live in

Experimentando dias faraônicos e de Aida
Ser dividido entre a ambição e o esforço
No guarda-roupa o MacBeth não lido ainda
Na cabeça, Huxley e dois mundos novos

É preciso ouvir, conhecer e amar Chicos
Viajar pela Ciência e um dia à Holanda
Passear de bicicleta por campos índigos
O desejo de experimentar ser enfim vivo

Das mesas com cadeiras aos recitais ermos
A televisão noturna e as pragas tecnológicas
Esse bolo imundo de dígitos, vícios e malogros
Servirão a consulta qual caderno roto de notas

Sem olhar para trás, não hesitar ante o nada
Indescritível sabor é o de livrar-se do Sempre
Olhar para os pés e senti-los tocar a Estrada
Caminhando e cantando: Smile like you mean It...


Bito

domingo, 25 de julho de 2010

IDK


E quando você sente não ter mais por onde seguir? O que você faz? Quando o caminho mostra-se tão retilíneo que você jura saber donde vai dar? O que pensar? Continuar nele ou ir pela mata esquisita? Eu não sei as respostas e estas perguntas estão na minha cabeça faz tempo.

Hoje foi mais um dia em que eu estive acompanhado de pessoas que têm obviamente os seus problemas, mas que, às vistas de alguém extremamente descontente, parecem ser perfeitos e completamente felizes. Eu sei disto; o pior é que eu sou ciente de as pessoas não viverem num desenho da Disney - e de todos terem e lutarem contra os seus problemas e complexos -, no entanto vejo-me em situações de instabilidade nas quais ponho em xeque boa parte das coisas que fiz, o que construí até aqui. Tenho ciência de que não tenho a cabeça semelhante à maioria, e sofro por causa disto; sofro por tentar me encaixar em condutas às quais nunca estive em contato ou que em determinadas vezes condenei. Insisto em negligenciar um ser tão raro que vive guardado em mim, uma espécie de letra escarlate chamadora de atenção que poderá mudar a minha narrativa, caso eu não a mantenha coberta. Fiz da minha narrativa algo desinteressante: capa bonita e conteúdo cheirando a naftalina.

Algumas vezes penso se isso é crescer, mas me acho tão pouco maduro até então. Não consigo, a esta altura da vida, focar em alguma ação, pois sinto-me, em meio a tanta informação, perdido de tão só.

Já passou o tempo em que quis viver sem ninguém - uma vez que não queria mais ter de fugir daqueles que me machucavam sem eu saber por quê -, em que pensava ser melhor correr do mundo para não sofrer. Conheci tanta gente legal, pessoas cujas atitudes mostraram-me a outra face do ser-humano e logo constatei algo: a gente sofre muitas vezes pelo simples desejo de não querer sofrer. Eu desejei com tanta força não mais sofrer que a minha vida ficou plácida demais. Acho que preciso ainda aprender muito, e que, acima de tudo, tenho um medo infantil, mas compreensível, de assumir uma vida que não conheço, com pessoas desconhecidas: a vida real. Eu não sou um cara mau, respeito os outros e falo tão pouco palavrão: não sei porque as coisas têm demorado tanto a acontecer para mim. Só sei disto: deve-se ter cuidado com o que se deseja.

Vejo e fico com medo deste mundo, ora por ver como as pessoas podem ser cruéis e inconsequentes, ora por me ver imerso a tudo e estagnado; não suporto pensar no sofrimento e na dor. Meu Deus, eu sempre fui tão protegido... Tenho amigos que me amam e realizações que talvez nem valorize como deveria, mas neste momento eu quero - na verdade -, eu preciso de mais. Estou no caminho de buscar o que tem de ser meu.

I'm through with sitting, waiting and crying ...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Choco

Meia noite e alguma coisa. Estou aqui once again falando de algo referente ao meu dia, que não foi lá essas "coca-colas". Tinha umas coisas para fazer que acabaram não saindo do papel. Merda!

Ah! [Só para não deixar de ser] Estou ouvindo Movies of Myself, uma música que tem tudo a ver comigo... [tudo bem, o álbum Want One todo tem...]

Ai, eu nem sei, viu! Estou com um pouco de sono, mas tinha que vir aqui registrar factos. Confesso, ando meio desligado da tomada e não sei muito sobre como anda o mundo, apenas que a TV não para de promover um tal filme macabro com um goleiro no cast principal. É claro, outros assassinatos também estão em voga, depende da atuação das personagens protagonistas, assim como das coadjuvantes. Ah! Por falar em teatro macabro, as eleições estão chegando e tudo que leio e vejo me faz lembrar de como sou obrigado a exercer o direito de ser cidadão. Aff! Dilma gagueja demais com seu "eu acho... eu acho... eu acho..."; Serra me dá medo com os seus dedos esquisitos e aquele vice com cara de yuppie; Marina anda tão apagadinha que preciso assistir ao 3 a 1 para conhecer mais a candidata do PV [desculpem-me os quatro, mas as propostas ainda estão aquém dos detalhes que escrevi aqui]. É um mundo tão lindo o das metáforas, e que mágico quando elas se encontram com as ironias. Saindo da visão macro, fiz a tal prova teórica do DETRAN e passei com 24 pontos (bem sugestivo). Nada além do que eu já esperava. Que bom, ué!

Por falar em esperar, fiquei esperando por uma ligação e... nada. Pense que saco ficar imaginando coisas e coisas para, no fim, as benditas não acontecerem [momento operático... vou parar por aqui]. Mas Lenine e até Alice, no seu desenho animado, já lembravam: paciência... paciência. Ai! Algumas vezes me acho discípulo de Jó, outras me acho numa urgência assustadora: as coisas dentro de mim se processam de um modo bem extravagante (foi a palavra mais bonita que lembrei). Ih! É tudo tão
esquisito. Eu também sou meio esquisito (ó a foto!). Enfim, não houve ligação e nem conseguir ir à casa de uma amiga minha - que queria tanto ir :( - porque, além da maravilhosa chuva - que parece estar me perseguindo (boto o pé fora de casa e é batata: lá vem ela), o meu tio esqueceu-se de mim. Atraso em todos os sentidos: fiquei amargando quase uma hora naquele terminal insano do DIA [Só para registrar: EU O-D-E-I-O TERMINAIS DE INTEGRAÇÃO]. Para se ter uma noção, até a polícia resolveu aparecer por lá, pois um travesti desmaiado estava num dos bancos "atrapalhando" a organização daquele monturo disfarçado de terminal de ônibus. Não demorou muito para, é claro, "os curiosos" ficarem ao redor do fato como moscas na boca aberta de um mendigo. O fim. Nem sei o que eu fiz para merecer presenciar cenas assim. Pense, hoje foi um daqueles dias nos quais você para e pensa "caramba! que porra eu fiz hoje da minha vida?". Não é que as coisas deram errado, mas é porque esperava mais, sabe. Whatever! Foi um dia tão trivial: acordei tarde; tomei café; fui ao dentista; treinei direção numa biboca; voltei para casa; assisti à novela das sete e vim para o PC. Ai, ai! hehehehe! Engraçado até.

Como será amanhã? Não sei. Tenho até medo de pensar algumas coisas. A nova vedete da TV é o caso daquele garoto que morreu atropelado por um irresponsável que, provavelmente, estava fazendo "pega". Pô, vamos combinar, andar no trânsito é uma coisa de louco. Eu vejo cada situação que, pelamordedeus, ninguém merece. Segunda, às 7h, começam as minhas aulas práticas. Legal saber que é para esse circo de horrores que estou me encaminhando. Mas, cá com os meus botões, no final, até gosto de saber que, daqui a pouco, estarei dirigindo e me estressando nas vias - claro, quando conseguir sair com o carro sem que ele "apague o fogo", vou me sentir mais seguro, talvez, até pronto! vamos ver, não é?! -, além do que, poderei encher a boca para dizer: "Eu 'sei' dirigir!". Ai! Como são bons esses aditivos de afirmação individual...

Bem. É isto. Amanhã acho que, só para diversificar (Uau!), vou depositar dinheiro.

Definitivamente, é o fim!

hehehehe!!!

Fui!

domingo, 18 de julho de 2010

Strawberry Fields Forever

'Um fim de semana que merecia o título "Na corrida... [II]", mas num ótimo sentido - hehehe! -. Hoje é domingo e estou sem sono, escutando Rufus cantar Tiegarten: "Won't you walk me through the Tiegarten?"... ai, ai! - hehehe! -.

Consegui comprar - na quinta mesmo - a mala. Assim, meu pai falou que ela não é lá essas coisas, mas foi o que deu no orçamento (Ah! Foi barata e tem mais duas dentro dela. Valeu a pena!). Fiz o exame (ridículo) "demissional": a mulher, aka médica do trabalho, fez umas perguntas idiotas do tipo "tá sentindo alguma coisa" e, em seguida, começou a rabiscar num papel; este foi o tal exame.

Sexta fui ter as primeiras aulas ever de direção, no carro de um primo da minha mãe, que eu chamo, genericamente, de tio. A sensação de dirigir foi boa demais, foi como se me sentisse homem de verdade, sabe, não mais um menino - acho que agora entendo porque esse pessoal motorizado gosta de tocar o terror quando tão no trânsito. É algo difícil de descrever, só sei que dá uma emoção da pega! -. O problema foi "sair com o carro". A gente foi para uma biboca aqui da cidade, num dia chuvoso... Aí já sabe, muita lama, sujei o meu tênis e ainda o carro do meu tio. No começo, até que foi massa, ou seja, eu me saí relativamente bem. Ele me deu a direção do carro no primeiro dia de treino! Pense! Achei que só fosse pegar no volante, tipo, uns três dias depois, sei lá. Massa mesmo! Quero um carro para mim (e olhe que só foi um dia de dicas (eu nem comecei as aulas práticas!)) - hehehe! -!

Amanhã é o dia de fazer a prova teórica do DETRAN. Falei para mim que estudaria na sexta ou no sábado, ou hoje; resultado: não peguei no livro, quer dizer, na apostila. Claro que tem uma explicação - hehehe -: ontem, sábado, dormi de manhã, comecei a ler algumas coisinhas sobre infração e vias - uma das coisas que não me permitem fechar trinta pontos, afora mecânica básica -, mas uma amiga minha ligou para eu ir à sua casa. Aí é que foi. Um amigo nosso está na cidade e resolveu dar uma passadinha na casa dela também. Rapaz, foi muito, mas muito massa MESMO! Sabe quando você se encontra com pessoas que gosta muito e não se tem nada de mais importante a fazer do que ficar falando sobre qualquer coisa por horas e horas? Foi assim. Viramos a madrugada conversando, bebendo e ouvindo Beatles - até a minha amiga pedir arrego... hehehe! -.

[Nothing is reaaaal...]

Como disse, tenho prova amanhã (à tarde, graças!). Não estou com saco de estudar mais nada (na boa, ando sem muita vontade de fazer as coisas (...)). Fiz uma prova no simulador do site do DETRAN: 24 pontos - a minha média -, tomara que caiam muitas perguntas cretinas como "o que você faz quando avista um pedestre passando na faixa?" com alternativas primorosas com coisas do tipo "respeita" ou "passa por cima". Hilário!

Enfim. É isso. Tô sem sono - dormi o resto da tarde ouvindo Want One (acho que estou ficando obcecado) e sentindo aquela sensação boa de chuva - e, provavelmente, ficarei aqui na net sem encontrar algo muito construtivo para fazer. O pessoal tá na sala assistindo a merda do "Fantástico" e o aquele caso bestial do goleiro Bruno. Ai, a imprensa sabe tirar a minha paciência! Todo dia a mesma coisa: só porcarias (...). Amanhã acho que terei um dia cheio, se der, vou ver se assisto aquela novela "Ti-Ti-Ti". Tô querendo ver qual é a dela, pois eu gosto dos trabalhos de Maria Adelaide Amaral (no caso, as minisséries). Tomara que eu faça muitas coisas amanhã e não tenha tempo para ficar de cabeça vazia!

Caramba! Este post foi "cotidiano" total! hehehe!

Fui!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Na corrida...

Acabo de acordar meio tarde, não saí do quarto e aproveitei para assistir a um filme que baixei tem umas semanas. Gostei. Ele é sem diálogos, dá para reparar bastante nos quadros, nas cores, nas expressões, enfim, em coisas que não chamam tanto a atenção, se não forem excepcionalmente belas.

Ainda estou sobre o efeito do meu último poema, bastante pensativo acerca do mundo, questionando muito a mim mesmo, inclusive. Eu acredito que será assim por muito tempo. Estou me sentindo kind of livre: estou prestes a fazer uma "loucura", que não sei bem no que resultará, mas que é muito necessária a mim. Estou fechando algumas coisas, terminando acordos, encerrando mais um ciclo. Às vezes tenho medo de falar sobre, mas decidi que as coisas não devem ser eternamente iguais ou extremamente previsíveis: acabam tornando-se mortais. O tal mundo de que falo tanto não é assim, não se pode crê-lo algo imutável. Eu não conheço muito dele. é uma razão legítima para certa mudança.

Daqui a pouco vou ao médico do trabalho para fazer o exame "demissional"; é mais uma etapa do processo para dizer adeus ao meu emprego atual. Eu acho que já está na hora de mudar: o que tinha de fazer ali (e aprender ali) já está de bom tamanho. Não levo queixas comigo - nada além das que faria a qualquer empresa capitalista -, ou seja, foi um período de relativa calma.

Hoje ainda pretendo ir em busca de uma mala grande e barata. Teve a promoção de uma até ontem no GeBass e, detalhe, perdi! Fiquei chupando dedo. [Vou dar uma olhada no Submarino.com...] Caramba! Tá osso! As malas no site de vendas estão na hora da morte! Vou ter de fazer pechincha pela cidade.

Na terça acabaram as minhas aulas teóricas da autoescola. Graças a Deus! Nunca vi uma turma daquele jeito (digo "turma" referindo-me à maioria, por favor). Para começar tinha um rapaz que adorava chamar atenção a si mesmo. Até aí nada demais - afinal, palhaços encontramos em toda a parte -, mas o que acabou com o meu entusiasmo de estar todos os dias na aula foi ter notado a presença de um fantasma terrível: o das brincadeiras de fundo constrangedor, e racista. Em uma das suas estupidezes, o tal homem fez uma piada infeliz com Luciana Mello: estávamos assistindo a mais um daqueles vídeos educativos sobre trânsito (já havíamos visto alguns anteriores apresentados por Gabriel O Pensador), quando a cantora-apresentadora surgiu com seus cabelos crespos soltos e armados. O cara falou algo, mais ou menos, assim, em voz alta, "se essa mulher fosse lá em casa eu pegava o cabelo dela pra arear as minhas panelas". Eu fiquei muito incomodado com o comentário, mas segurei a indignação para um momento ulterior. Cheguei para ele, no fim da aula, e disse que aquilo não era apropriado, tampouco aconselhável, pois havia pessoas que eram, assim como eu, negras, e que talvez não se sentissem confortáveis com aquelas frases: soltei também que ele poderia ser processado por injúria racial. Pronto. Para quê? Ele ficou dizendo que eu o estava ameaçando; que eu deveria tomar conta da minha vida; que ele era preto também e que gostaria de saber como eu procederia todas as vezes ouvisse brincadeiras daquelas na rua. Enfim, foi um dia que estragou os demais (to be continued...). Mas o que importa é que acabou. Não tenho mais que ver a cara do sujeito e da plateia dele. Agora virão outras aulas. Acima uma foto com a professora Mira, da autoescola. O único bom motivo de acordar tão cedo (hehehe!). Gente fina ela.

Sim, vou acabar aqui a postagem porque não almocei e preciso sair para a consulta. Fui!!!

sábado, 10 de julho de 2010

Rapidim

Faltam 15 para as 12h e tô bem à vontade aqui na frente do PC. O tempo está como eu gosto (para ficar em casa), meio fechado; às vezes o sol aparece, mas logo, logo ele se esconde.

Hoje, eu deveria ter ido ter umas explicações de direção com o primo da minha mãe, mas o tempo não ajudou muito para que isso acontecesse (hahaha! Ilário: eu colocando a culpa no tempo!); enfim, estou em casa, ouvindo The Greek Song, e daqui a pouco vou sair para o meu último dia "oficial" de trabalho. Confesso que não estou muito triste com isso...

Ai, ai...

Ô postagem mais sem sal; melhor ler a do meu "mais lírico blog": http://cajasyrecuerdos.blogspot.com/2010/07/sete.html

Flwsss!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Má noite!

Perder. Um verbo complicado. Uma palavra que, parece, ainda não aceito agregar ao meu vocabulário. Ela, a safada, está pulando entre as outras milhares para merecer destaque. Estranho.

Hoje percebi que criei algo maior do que era. Eu não sei, acho que está no sangue, pois minha irmã, vira e mexe, está escrevendo sobre suas desventuras amorosas - o que acho tão bobo, às vezes - e olha eu aqui, pensando e fazendo o mesmo. Pois é, "acontece nas melhores famílias", não é o que dizem? Eu confirmo que sim. Não quero fazer disso um tremendo problema, ou fazer "a dramática" (como brincamos eu e a minha irmã), mas dá raiva quando você age de maneira notória - mostrando-se propício às possibilidades - e a outra parte parece não entender, deixa você com cara de paisagem. Porra! Muitas vezes, penso que, se pagasse a Esquadrilha da Fumaça para escrever no céu o meu desejo, seria a maneira mais nítida de dizer: estou querendo você! Aff! Não tenho dinheiro para isso, tampouco aguento mais joguinhos - apesar de ainda praticá-los, infelizmente -, como os de silêncio e mais silêncio, por exemplo; aí cada um vai para a sua casa e pronto: cenas do próximo capítulo... Não! Tô abrindo mão de fazer de mim um cinema ou uma produtora de seriados. Ando cansado de espetáculos assim, por demais repetitivos. É uma merda, mas tenho pressa. Vou ouvir algumas músicas deprês e me curar para amanhã, que é feriado!

Esperava ir dormir meio nas nuvens, mas estou indo para cama com os pés totalmente no chão.

É tão chato isto, mas c'est la vie. Boa noite (?)!

domingo, 4 de julho de 2010

Operático 2010

Criei poemas precisos, abri portas e tive medo: virei algo tácito
Cogitei ver outros filmes ou por ação no musical de 50
Decidi atentar nas minhas veias, mas insistia em ser clássico
Ter predileção pelo dito "belo" e pelo rebuscado, ouvir Aretha
Sensação de estupidez batida nas notas de um instrumento
Um piano que você parecia, inocentemente, não escutar direito

Ontem foi tudo diferente, mesmo não sabendo por quê
Perdido do mundo comum, eu estava junto de você
Mesmo que o seu celular fosse o de jornalistas cobrindo eleições
Queria ser eu o único escolhido para o cargo das suas atenções
Ou apenas ler o seu nome na lista de visualizações do meu orkut
Ficaria tão feliz que abriria mão de ver o sorriso perfeito de Judy

Acordei incomodado hoje, você não manda mensagens
Nas redes sociais, todos continuam ridentes da minha condição
Desconheço o motivo de olhá-los, eu detesto fotos com cara de paisagem
Estar com você tem sido um absinto sem álcool: só cor, só imaginação
Você me mata, não está aqui e nem sei se liga para isso, na verdade
Para você talvez eu seja um objeto apenas de burra admiração

Sinto falta de algo e escuto I don't know what it is neste domingo
Contudo Peach Trees tem sido o meu doce e venenoso hino
Começo a notar o desgaste das relações vizinhas
Temo pela nossa que sequer nasceu ainda
O tempo passa; preciso de uma mudança; decido viajar
Conseguiria viver sem a sua presença mitológica já?

Aí eu escrevo o que não tenho coragem de contar
Sou jovem, sou forte e desconsidero a precisão de certos esforços
Se você pudesse me ler, iria ter paciência de me interpretar?
É uma pergunta calada que grito se consigo olhar nos seus olhos
Seria você alguém ofuscado pelo monte de suposições donde vim morar?
Se sim, quero descê-lo a ser recebido nos seus heróicos braços

Acabo o texto cada vez mais lírico e pesado de coisas tolas e afins
Penso aonde vou parar de tal modo, se vale a pena erodir assim
Queria ser tão forte, elegante e seguro quanto Lord Henry
É incoerente, pois se vejo sua foto no meu twitter minhas pernas tremem
Mas do jeito que estou, sou um "quase-ser", um seminarista sem atitude
Desejoso como Dorian e atormentado como Eugênio ante a juventude


De volta das Ideias, ando neste mundo viciado
Encontro pessoas que queria esquecer por um ano
Desprezo os elogios fáceis a alguém como eu deslocado
Sou mal, sou perverso, sou terrível, sim, creio deveras
Um dia quero não me envergonhar de ser humano
Cansei. Estou indo ouvir Stormy Weather


Bito