sábado, 23 de julho de 2011

Sem muitas palavras

Eu não estou com muito ânimo para escrever aqui, mas não podia deixar de registrar o que está acontecendo comigo num dos momentos mais interessantes dessa minha Jornada. 

São muitas, mas muitas coisas mesmo unidas por dois eventos: a minha saída da pensão e a minha viagem a Portugal. Eu estou tentando me manter calmo em relação às duas coisas. Como disse na postagem anterior, sinto que estou caminhando para onde sonhei e tal. Eu fico constantemente pensando nisso de sonho, se é bobagem, se é imaturidade etc. (...)

Amanhã, a esta hora, deverei estar indo para Lisboa. Vou apresentar duas comunicações por lá. Eu estava mais calmo há uns dias, mas ter quase esquecido um documento vital para a minha entrada em Portugal me deixou bastante apreensivo. Já arrumei as malas, contudo fico com aquela minha neura de pensar que posso esquecer alguma coisa; depois tanto não dar ouvido às minhas confusões e observo que já está organizado tudo o que foi solicitado. 

Hoje, o casal de amigos que está me hospedando foi para o Congresso, de lá, eles passarão alguns meses em outro país. Eu estou e estarei sozinho por algum tempo, pensando em como colocar em prática os (breves) planos que tracei. Acho que vou deixar para pensar com mais calma sobre isso quando voltar do evento. Planos, planos... sempre eles (ou sempre eu? hehehehe!).

Acho que já estou com sono, afinal, já faltam dez minutos para a 01:00 da manhã. Está bom por hoje.Só escreverei agora de Lisboa.

Estou beirando a ansiedade, mas ela não vai me vencer! Vou dormir.

Fui!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Grato

Eu levanto. Eu olho para o lado. Vou logo ali. Eu observo o quarto em que estou. Hoje foi o início da etapa seguinte desse meu Caminho. Ainda esta semana não ocuparei mais o quarto onde tenho passado esses últimos dez meses em Brasília.

Em simultâneo à inquietação descrita no início do texto, tive contato com uma das coisas mais lindas existentes na minha vida: a minha colibri Elynne. Estranho e engraçado. Justo hoje, mais um dos dias de decisão da minha Jornada, ela vem e me faz cair em pranto, chorar como tem muito que não faço. É quando eu senti o amor, uma vida falando para a outra viver. Um amor puro. Mais uma indicação de que tenho uma mão para me apoiar, e nela há uma flor. Obrigado, colibri.

Hoje, no supermercado, fiquei pensando sobre esse novo passo que darei com a mudança. É um bem arriscado, pois jogarei algo que - a despeito de me fazer sofrer - me dá certa segurança para me jogar em uma coisa inédita, sem concretude. Eu ficarei por uns tempos na casa de uma grande pessoa - que surgiu para mim e que, a cada contato, faz-me rever o mundo de forma particular. É algo provisório. Sei apenas que para cá não deverei voltar. Talvez, algum dia, eu me contradiga, mas as coisas para mim têm de seguir, sempre: This train don't stop mesmo! Eu desconheço qual será o próximo passo dentro dos próximos quatro meses (#medo). Enfim, também não sabia o que aconteceria comigo aqui em Brasília. Estou aprendendo a entregar as coisas nas mãos de Deus. Sim, eu estou.

Eu sinto o bem na minha direção, ao meu redor, acima de mim. É como se eu, de alguma forma impossível de descrever, pudesse confiar. A minha colibri ter me ligado hoje é uma dessas coisas boas. Alguns podem dizer, sinais. Eu mesmo entendi como "Ô, Pablo: siga. Você não está sozinho."

Sobre isso de solidão. Tem noites que vou dormir bem para baixo, pensando que seria tão bom ter alguém, que não fosse ligado a mim por laços de sangue, que estivesse comigo, segurando essa barra que estou passando por arbítrio junto. Então, eu acabo dormindo e no dia seguinte, com o sol, essas coisas se escondem, parecem desaparecer. Às vezes, elas voltam para me martirizar. É sempre à noite a pior parte. É quando peço tanto aos Céus que me deem calma. Algo bom se passa na minha vida, então. E eu agradeço! Eu agradeço! Eu agradeço! Eu agradeço!

Se algumas coisas não estão como eu sempre quis, talvez deva pensar diferentemente sobre elas; pesar se são de fato reais, necessitadas de concretização; possíveis. Eu só sei que, na praxis, daqui a pouco, irei colocar roupas em lugares para transporte. Amanhã, levarei tudo para esse novo lugar, na direção de um novo tempo e momento nos quais eu estou apostando - uma vez mais - a minha vida, pois a quero como tal, e não como um arremedo de existência. 

Deixo aqui, neste quarto, toda a história inicial, as lágrimas de saudade, de súplica e de alegria que derramei, desde setembro do ano passado (foram tantas...). Eu reclamei durante muito tempo daqui: de fato, abomino alguns lugares na pensão, mas não posso, de forma alguma, deixar de assumir que foi raro e bastante importante ter um espaço no qual pude deixar as minhas coisas com alguma segurança e para onde pude vir todas as noites, após horas de estudo na biblioteca (naqueles tempos de estudo para o mestrado), para descansar e ter ânimo de seguir naquele início de começo. É seguir caminhando.

Nunca vou esquecer deste lugar. Eu agradeço tanto por isso!