segunda-feira, 11 de julho de 2011

Grato

Eu levanto. Eu olho para o lado. Vou logo ali. Eu observo o quarto em que estou. Hoje foi o início da etapa seguinte desse meu Caminho. Ainda esta semana não ocuparei mais o quarto onde tenho passado esses últimos dez meses em Brasília.

Em simultâneo à inquietação descrita no início do texto, tive contato com uma das coisas mais lindas existentes na minha vida: a minha colibri Elynne. Estranho e engraçado. Justo hoje, mais um dos dias de decisão da minha Jornada, ela vem e me faz cair em pranto, chorar como tem muito que não faço. É quando eu senti o amor, uma vida falando para a outra viver. Um amor puro. Mais uma indicação de que tenho uma mão para me apoiar, e nela há uma flor. Obrigado, colibri.

Hoje, no supermercado, fiquei pensando sobre esse novo passo que darei com a mudança. É um bem arriscado, pois jogarei algo que - a despeito de me fazer sofrer - me dá certa segurança para me jogar em uma coisa inédita, sem concretude. Eu ficarei por uns tempos na casa de uma grande pessoa - que surgiu para mim e que, a cada contato, faz-me rever o mundo de forma particular. É algo provisório. Sei apenas que para cá não deverei voltar. Talvez, algum dia, eu me contradiga, mas as coisas para mim têm de seguir, sempre: This train don't stop mesmo! Eu desconheço qual será o próximo passo dentro dos próximos quatro meses (#medo). Enfim, também não sabia o que aconteceria comigo aqui em Brasília. Estou aprendendo a entregar as coisas nas mãos de Deus. Sim, eu estou.

Eu sinto o bem na minha direção, ao meu redor, acima de mim. É como se eu, de alguma forma impossível de descrever, pudesse confiar. A minha colibri ter me ligado hoje é uma dessas coisas boas. Alguns podem dizer, sinais. Eu mesmo entendi como "Ô, Pablo: siga. Você não está sozinho."

Sobre isso de solidão. Tem noites que vou dormir bem para baixo, pensando que seria tão bom ter alguém, que não fosse ligado a mim por laços de sangue, que estivesse comigo, segurando essa barra que estou passando por arbítrio junto. Então, eu acabo dormindo e no dia seguinte, com o sol, essas coisas se escondem, parecem desaparecer. Às vezes, elas voltam para me martirizar. É sempre à noite a pior parte. É quando peço tanto aos Céus que me deem calma. Algo bom se passa na minha vida, então. E eu agradeço! Eu agradeço! Eu agradeço! Eu agradeço!

Se algumas coisas não estão como eu sempre quis, talvez deva pensar diferentemente sobre elas; pesar se são de fato reais, necessitadas de concretização; possíveis. Eu só sei que, na praxis, daqui a pouco, irei colocar roupas em lugares para transporte. Amanhã, levarei tudo para esse novo lugar, na direção de um novo tempo e momento nos quais eu estou apostando - uma vez mais - a minha vida, pois a quero como tal, e não como um arremedo de existência. 

Deixo aqui, neste quarto, toda a história inicial, as lágrimas de saudade, de súplica e de alegria que derramei, desde setembro do ano passado (foram tantas...). Eu reclamei durante muito tempo daqui: de fato, abomino alguns lugares na pensão, mas não posso, de forma alguma, deixar de assumir que foi raro e bastante importante ter um espaço no qual pude deixar as minhas coisas com alguma segurança e para onde pude vir todas as noites, após horas de estudo na biblioteca (naqueles tempos de estudo para o mestrado), para descansar e ter ânimo de seguir naquele início de começo. É seguir caminhando.

Nunca vou esquecer deste lugar. Eu agradeço tanto por isso! 

Um comentário:

lynne disse...

meu poeta que coisa mais linda!!

"um amor puro que não sabe a força que tem."

você é um presente de Deus para mim, o que tenho a dizer a você é OBRIGADA por esse amor tão puro.