sábado, 21 de julho de 2012

Adoro

Mais um sábado. Eu adoro. Hehehehehe! Comecei o meu de hoje bem: ouvindo Frozen, I Guess that's Why they Call it the Blues e Danny Boy. Super. (Começou a tocar Warning Sign...) Espero que hoje será um daqueles sábados só feitos para mim, ou seja, quando não preciso sair, perder noite etc. Ai - pode soar blasé, mas -, isso tem me cansado... Hoje eu quero ficar em casa, ouvir, talvez, Fausto, talvez, Orpheu, ou, dependendo do meu humor, O Barbeiro de Sevilha. Não sei. Não sei. Não sei. E eu adoro. Adoro essa sensação de que não há propósitos fixos para o dia,  que o tempo está congelado e simplesmente dependente do que eu queira fazer. É esquisito; é gostoso; é a minha vida hoje, agora.

Esta semana foi bem cheia. Eu comecei coisas e terminei outras. Eu briguei. Eu fiz as pazes. Tive boas surpresas e o saldo foi positivo. Uma das coisas que mais me deixou - não sei se - contente (talvez, mais aliviado) foi ter iniciado a finalização de parte da minha dissertação. Sei que isso provavelmente corresponda a um quinto de todo o trabalho, mas, de qualquer forma, já é uma etapa em vias de finalização. Quero agora me deter completamente à conclusão do texto da pesquisa. Tem o lance do doutorado também. É uma coisa que evito ficar pensando constantemente, mas que, por isso mesmo, tem estado na minha cabeça, no meu cotidiano, sempre trazido pela boca de pessoas e por conseguinte reinstalado na minha mente. Eu, que já sou bem paranoico com certas (ou muitas) coisas, querendo não me desgastar com velhos demônios: P-I-A-D-A. O fato é que prefiro não pensar - quando me dou conta de que estou começando a fazê-lo -, pois tenho coisas para fazer atualmente, e bastantes, por sinal. Desse modo, a lógica se mostra diante de mim  erguendo em seu estandarte um "vamos fazer bem feito o que temos NO MOMENTO". Eu adoro. Adoro quando as coisas se acertam e seguem harmoniosas rumo a uma conclusão. Sei, uma piada, e bem perigosa. Eu tenho, assim, que aprender a rir mais dessa 'piada', senão vou me foder bonito. Engraçado. È strano! È strano!

Outra coisa da semana digna de registro foi uma briga boba que tive aqui em casa. Eu não discuti nem nada, mas foi aquela coisa psicológica, guerra fria total, uma coisa que, basbaque, percebo ter herdado da minha mãe. Dela. Incrível como eu sou a minha mãe. Eu sou a minha mãe. Engraçado. Em dado momento, quando da reconciliação com o amigo, percebi em mim a reapresentação de uma cena comum entre eu a minha mãe e a minha irmã nos tempos de nossa primeira juventude. Isso me faz pensar no início da música Grey Gardens: "It's very difficult to keep the line between the past and the present...". Strano! Precisei estar longe, ou melhor, de fora para perceber o quanto sou parecido com a minha mãe. Isso me apavorou de alguma forma, pois eram justamente coisas que eu censurava intimamente, uma vez dentro de casa, observando as coisas todas à minha volta. Só sei que isso foi uma espécie de ápice de psiquismo, o qual vinha sendo ativado desde a semana retrasada, quando participei de certo final de semana de proposta poética, lírica, de transformação - agora penso -, whatever.

Olhos d'Água em Enguiço [julho de 2012]

Eu aprecio a ideia da mudança, da tal transformação; desse modo, aceitei; fui crente ao sarau metamórfico. Uma decepção para mim. Foi tudo e exatamente o que se espera de um sarau convencional (não suporto essa palavra, registre-se): pessoas bebendo vinho, comportadas nas leituras de seus textos selecionados, à beira de uma fogueira parruda, com músicas algo comuns, em uma noite apropriada, na qual todos nos incensávamos uns aos outros pelas escolhas literárias. Aff! Eu me senti tão no mundo, com as suas costumeiras convenções e regras. Eu me senti na semana. Foi a reafirmação da praxe. Não gostei disso.  E quanto ao meu plano mais secreto de fuga? Silêncio. Ando em uma vibe, nesta fase da minha vida, de querer aproveitar todo e qualquer tempo, assim, ter contato com momentos aos quais - aqui, sendo político - eu já tenho alguma familiaridade, ou que são, de algum modo, previsíveis, tem me interessado pouquíssimo. Para falar a verdade, se houver a possibilidade de arbítrio, não os quero mais. Eu fico cismando sobre coisas do tipo 'pensar sobre é mais fácil do que agir', a repousar no maravilhoso campo das ideias. Depois me absolvo. Eu me absolvo tanto porque me acuso muito. A bem da verdade, tenho tentado me absolver mais, sabe. Creio estar caindo na técnica. É necessária a paz. Sobre pensamentos e idealismos, vejo com alguma constância casos de pessoas que 'agiram' e não pensaram nas ações que desempenhavam e acabaram por se perder dentro da engrenagem. Idealistas, a nós eu escreveria outro texto, mas a ação orienta ao processo de ver como posso adequar pensamentos e ações dentro dessa engrenagem. Pelo menos, nisso eu posso considerar escolher o que fazer, quando fazer e com quem fazer. Liberdade - lindo, lindo conceito. Mas, no sarau, nem tudo foi frustração, claro, pois, mais uma vez, a música me salvou. Tive contato com LP's incríveis, revivi uma fase de vida ora rarefeita. Foi bom, foi muito bom, aliás. Adorei.

Daqui a pouco irei tomar banho. Isso para me dar coragem para fazer as malas. Felicidade - linda, linda palavra. Voltarei à minha doce e quente Aracaju. Que saudade da minha casa, da minha mãe e da minha irmã. Da minha família. Quero muito vê-los, porém, antes, terei uma estada de oito dias em Salvador, meio a trabalho e meio de férias. No entanto a cereja do bolo é a minha casa, a minha terra, os meus amigos. Como estou inspirado. Eu adoro.