domingo, 25 de julho de 2010

IDK


E quando você sente não ter mais por onde seguir? O que você faz? Quando o caminho mostra-se tão retilíneo que você jura saber donde vai dar? O que pensar? Continuar nele ou ir pela mata esquisita? Eu não sei as respostas e estas perguntas estão na minha cabeça faz tempo.

Hoje foi mais um dia em que eu estive acompanhado de pessoas que têm obviamente os seus problemas, mas que, às vistas de alguém extremamente descontente, parecem ser perfeitos e completamente felizes. Eu sei disto; o pior é que eu sou ciente de as pessoas não viverem num desenho da Disney - e de todos terem e lutarem contra os seus problemas e complexos -, no entanto vejo-me em situações de instabilidade nas quais ponho em xeque boa parte das coisas que fiz, o que construí até aqui. Tenho ciência de que não tenho a cabeça semelhante à maioria, e sofro por causa disto; sofro por tentar me encaixar em condutas às quais nunca estive em contato ou que em determinadas vezes condenei. Insisto em negligenciar um ser tão raro que vive guardado em mim, uma espécie de letra escarlate chamadora de atenção que poderá mudar a minha narrativa, caso eu não a mantenha coberta. Fiz da minha narrativa algo desinteressante: capa bonita e conteúdo cheirando a naftalina.

Algumas vezes penso se isso é crescer, mas me acho tão pouco maduro até então. Não consigo, a esta altura da vida, focar em alguma ação, pois sinto-me, em meio a tanta informação, perdido de tão só.

Já passou o tempo em que quis viver sem ninguém - uma vez que não queria mais ter de fugir daqueles que me machucavam sem eu saber por quê -, em que pensava ser melhor correr do mundo para não sofrer. Conheci tanta gente legal, pessoas cujas atitudes mostraram-me a outra face do ser-humano e logo constatei algo: a gente sofre muitas vezes pelo simples desejo de não querer sofrer. Eu desejei com tanta força não mais sofrer que a minha vida ficou plácida demais. Acho que preciso ainda aprender muito, e que, acima de tudo, tenho um medo infantil, mas compreensível, de assumir uma vida que não conheço, com pessoas desconhecidas: a vida real. Eu não sou um cara mau, respeito os outros e falo tão pouco palavrão: não sei porque as coisas têm demorado tanto a acontecer para mim. Só sei disto: deve-se ter cuidado com o que se deseja.

Vejo e fico com medo deste mundo, ora por ver como as pessoas podem ser cruéis e inconsequentes, ora por me ver imerso a tudo e estagnado; não suporto pensar no sofrimento e na dor. Meu Deus, eu sempre fui tão protegido... Tenho amigos que me amam e realizações que talvez nem valorize como deveria, mas neste momento eu quero - na verdade -, eu preciso de mais. Estou no caminho de buscar o que tem de ser meu.

I'm through with sitting, waiting and crying ...

Um comentário:

lynne disse...

caramba bito!!
você fala de uma forma a qual nao te reconheço!!!
não acredito mesmo que vc tenha feito da sua vida uma narrativa com capa bonita e com conteúdo cheirando a naftalina.
ao contrário, vc é um ser raro, um dos mais raros que conheço por sinal e caso sua vida fosse umanarrativa garanto que seria uma das bonitas que conheço.

que bom perceber em vc esse desejo de nao seguir os moldes, gosto do meu peota serigynho do jeitnho que ele é. com todos os seus medos, mas com toda sua generosidade e bondade e com sua alma iluminada.

repito suas palavras e te digo: acredite nas mudanças!!!

saudades...