quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Uma amiga

Sabe aqueles dias que parecem o fim de uma temporada de seriado? Não sei se isso existe de fato, mas hoje aconteceu algo parecido comigo. Foi a última aula de uma disciplina que foi meio complicada pra mim em alguns sentidos, mas agradavelmente inesquecível em outros. Um deles foi a lição de vida que tive durante os meses que passei com uma pessoa fora de série. Enfrentar as aulas com assuntos e todas as obrigações que vêm junto delas é uma coisa bastante estarfante, sim, é mesmo! Porém tudo fica um pouco mais fácil quando se encontra um incentivo. É assim na vida em tudo.
Conviver com raridades é uma coisa inexplicável, por isso é que me sinto em falta por não ser capaz de expressar o prazer que foi dividir os dias de segunda e quarta com alguém que me mostrou que há no mundo pessoas diferentes, que conseguem ver além do que está aparente e que institivamente te convidam a fazer o mesmo, mudando desse modo a sua visão chata de um dia que nem foi tão produtivo. Assim é a pessoa a quem este texto é dedicado, que me deu momentos tão bons que me farão sempre acreditar que cada dia é um dia e que, portanto, deve ser vivido de cada vez. Enfim, repetir palavras bonitas, talvez cair num clichê, a vida é deste modo; mais ainda comigo. Não posso permear o texto de palavras menos cheias de significação, pois a companhia dela fez isso comigo.
Aprender a sorrir sem medo, elogiar o que merece, esforçar-se pra crescer são algumas das coisas que levo dela comigo e o faço feliz, pois não é o fim; pelo contrário, agora teremos a alegria de sermos amigos. Amigos. Amizade, uma palavra difícil, mas que algumas pessoas conseguem traduzir tão bem, uma vez que o fazem sem que seja por meios previsíveis, porque se levantam, se destacam dos zumbis, te fazem ver que todo mundo é tão parecido, tão chato e que o convívio com esse pessoal limitado te faz ficar também assim, sem cor, sem luz, sem nada.
Minha amiga não é todo mundo, ela fala de Deus, agradece e me fez pensar. Observar que aquele lado bom que todo mundo tem lá no fundo tem o poder de diferenciar o um do resto e que te põe forte à medida da sua percepção de que existe quem partilhe disso contigo: então já não é mais bobo pensar que acreditar em algo ainda vale a pena. Sonhar não é babaquice. É como ouvir "Menino do Rio", "Hotel das Estrelas" dentro de um ônibus, numa noite de chuva onde você se encontra consigo mesmo, e aí, meu amigo, só vem à cabeça o que valeu no dia. O que valeu no meu dia foi conhecer a realização. Foi conhecer você, uma amiga.

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