quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jardins Suspensos

Acabo de vir de um encontro com uma irmã de alma. Eu me sinto tão feliz! Esta é uma daquelas postagens que, conforme o meu atual ânimo, remetem-me a uma sensação de proximidade daquilo que chamam de amor.

Desde a última vez que vim a Aracaju, não me lembro de ter me sentido tão bem como estou me sentindo agora. São dez dias que terão o seu último dia "útil" (quando ainda poderei sair despreocupado) na sexta. A cada momento que passo dentro ou fora de casa sinto uma sensação tão boa, tão gostosa e, ao mesmo tempo, meio melancólica. Lembro-me de que esta é a terra onde nasci e cresci, mas que ainda é pouco familiar a mim. Na verdade, eu não estou pronto para voltar definitivamente para cá. Aliás, essa foi outra coisa que me chamou a atenção: o fato de eu amar este formoso lugar bagunçado, pequenino e algo tacanho chamado Aracaju, mesmo não me sentindo encaixado nele.

Os meus amigos estão aqui. Como é bom senti-los por meio de um amor diferente, um de pessoas que acompanharam alguns passos da minha vida, não todos, mas o suficiente para me oferecerem estrutura firme (em abraços confortadores e emocionados). Os amigos que estiveram comigo nesses últimos dias deram a mim a constatação de que não estou neste mundo (de) concreto sozinho, que posso contar com eles e que - o mais incrível - sou importante para as suas vidas também. É um presente, um jardim dado a mim tal qual os Suspensos da Babilônia.



A família é um episódio à parte. A minha mãe, como já previsto, levou-me para visitar um lado da família da qual tenho orgulho devido à força, simplicidade e leveza no viver a vida. Como sou abençoado por tê-los, agradecido pelos abraços, palavras e expressões de admiração quando conversamos, por exemplo, sobre eu ter visitado um lugar onde não estiveram. Coisas difíceis de descrever, feitas para serem apenas sentidas na experiência. A satisfação por ver meu pai com saúde e animado fazendo as mesmas perguntas do tipo "E Brasília, meu filho, tá gostando?" (hehehehe!). Eu respondendo a ele a mesma coisa, com algumas variações verbais. A minha irmã brandamente preocupada com o futuro, enfurnada no quarto e rodeada pelo seu computador, livros de direito e fotos do namorado e dos amigos: tão bonita. E a minha mãe fazendo tudo para mim, deixando de lado o fato de que ela sempre faz tudo para mim (e por mim), escondendo as palavras saudosas e buscando não se emocionar quando lhe digo o quanto a amo por tudo o que ela faz e é por mim e para mim... Os velhos muros da minha casa... Lá dentro, como sempre, as coisas em cima da mesa central; ela toda impregnada de passado e presente. O meu quarto cheirando a lembranças...

Depois de amanhã, terá prosseguimento a minha jornada rumo a... ah! a algum lugar diferente da realidade fantasma que vislumbrei na minha mente de vinte e poucos anos. Com a minha amiga, hoje, conversei sobre como são incríveis os contornos tomados pela vida da gente; como é importante preservar o que nasce lindo e saudável. Eu sinto o que ela me disse: estou num caminho certo, pois tenho pessoas como ela por perto, que não fuzilam os encontros com ironias e questionamentos tolos, mas escutam e dialogam: fazem questão de mostrar que ali existem dois seres com luzes diferentes e, em simultâneo, complementares. A concretização do que há de mais belo. Eu aprendo muito com a amizade. É concreta a sua imprescindibilidade.

Agora preciso de estar centrado, atento e paciente (...). Tenho de cultivar as flores que compõem o meu Jardim, tão raro, repleto de belezas; regá-lo com poesia e adubá-lo com sementes importadas de cuidado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Porque vc sempre faz isso heim?
Que lindo... Eu chorei... *.*

Nara Caroline