quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tanto Mar


Acabo de acordar. Faz três dias que voltei ao Brasil depois de uma curtíssima temporada (de dez, ou melhor, nove dias) em Lisboa. Para falar a verdade, não foram "férias na Europa", tendo em vista a participação em um congresso que tomou boa parte da minha atenção e ânimo durante cinco dias. Assim, nos quatro restantes, não consegui ver tudo o que tinha de ver.

Acredito, no entanto, que valeu muito a pena. Lisboa me surpreendeu positivamente. Ah! Como eu precisava de ser surpreendido de uma forma boa. Eu fico feliz pela oportunidade de ter saído um pouco do lugar onde estou. Eu sei, isso é o que se chama ser inconstante. O fato é que era necessário um novo mergulho para voltar à superfície renovado. E é sobre isso que este texto e esse meu retorno têm a falar.

O congresso em si não teve para mim tanto destaque (achei a bolsa horrenda! hahaha!), pois o que queria mesmo era apresentar os meus trabalhos e conhecer a cidade (#prontofalei). O primeiro trabalho, cuja importância era menor do que o outro, foi muito bom, quer dizer, "funcionou". O segundo foi terrível: na plateia (mirrada) havia um daqueles que adoram contestar detalhes e a partir deles criar uma arena de combate. A sorte estava no fato da presença da minha orientadora ali, que se saiu muito bem na argumentação, deixando-me tão orgulhoso de ser seu discípulo. Tenho mais é que corresponder a tanta competência, sendo-o também. 

Sobre a Terrinha. Lisboa, para mim, nos primeiros três dias, mostrou-se um lugar bonito, mas acabou me dando um gosto de repetição pela grande quantidade de coisas históricas, tais como castelos, museus (na maior parte, pagos) e estátuas de nomes consagrados por uma tradição europeia secular. Conheci uns tantos castelos, mas não me empolguei a ver mais deles. O clima estava de verão no nordeste. Terrível para mim: andava um pouco e já estava suando em bicas. Por outro lado, a gente lisboeta é muito atenciosa e algo pitoresca, especialmente, os taxistas. As ruas são movimentadíssimas: carros e pessoas trafegam constantemente em um trânsito um pouco confuso para mim - acostumado a Aracaju e a Brasília. À noite, a cidade não para, é claro. Numa verdadeira babel, turistas circulavam e tiravam tantas fotos, riam e fumavam. A cada esquina, era possível ver aquelas marcas do shopping que a gente olha de canto de olho devido aos preços. O que gostei mesmo de lá foram os metrôs - chamados por eles de "metro" - por causa da facilidade de locomoção entre as estações - muito bonitas, por sinal, nas cores (linhas) azul, verde, amarela e vermelha. Ficaria facinho um mês ali - hehehe!

Agora voltando ao Brasil. 

Desde antes da viagem, andava observando que as coisas estão caminhando para mais uma fase. Acredito que agora é a minha "terceira temporada" aqui em Brasília, o que é algo bom, mas, em simultâneo, bastante pesado. Sinto que este é o momento para consolidar planos, provavelmente, o tempo com o qual sonhei e que me fez sair da minha casa. 

Não quero com isso me entupir de expectativas. Algumas coisas têm acontecido e me apontado possibilidades. Sim, elas, as possibilidades, de que reclamo tanto, mas que, ironicamente, são as coisas que tenho de concreto. Quero dizer que talvez esteja chegando o tempo de deixar de ser virtualmente vivo, de viver em meio aos sonhos, começar, de fato, uma vida minha - coisa que já dei início ao pisar em Brasília.

Feeling Good
Hoje estou na casa de umas pessoas que me ofereceram ajuda, mesmo sem sermos "os velhos melhores amigos de infância". É impossível para mim não atribuir isso a Algo Maior, pois quando se está só, de alguma forma sob a sua própria responsabilidade, coisas e situações, anteriormente corriqueiras, passam a assumir novos contornos. Observo diversos novos contornos e, muitas vezes, vejo-me chorando por tudo o que está acontecendo comigo: um menino, agora homem, que luta para se segurar em meio a terremotos internos, alguém que tenta preservar e recolher as partes que o formam a fim de compreendê-las de fato. 

Estou em um momento novo. É mais uma parte do meu ciclo de evolução. O que sei é da minha necessidade de aprender cada vez mais. Caio tantas vezes, mas, com um apoio especial, eu me refaço. É incrível viver!  

It's a new day, it's a new dawn...

Um comentário:

Viviane Resende disse...

Pablo, adorei seu texto! Você escreve bem, menino!!! Obrigada pelos elogios! Quando você me procurou para orientação, prometeu que seria um de meus mais aplicados alunos; lembra disso? Eu acredito que assim será! Para com isso de dizer que a apresentação não foi boa! A discordância nem sempre é ruim, e nos abre a possibilidade de debate. Vejo o lado positivo disso. O mais importante é que o artigo ficou muito bom, ótimo. Agora vamos trabalhar para publicá-lo, certo? A experiência lisboeta foi apenas a primeira de muitas outras que virão! Cuida dos terremotos internos, que os externos não tardam! Prometo um semestre de muito trabalho!!