quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Listo

fonte: You Tube

[Agora uma frase que ninguém falou nessa iminência de fim de ano:] 2011 está acabando [Hahahaha!]. Esta é a sensação que me deu agora. Eu sinto como se uma parte do ciclo estivesse se fechando.

Hoje é o meu último dia aqui na casa de Jacque. Eu deveria estar levando o resto das caixas e malas para a outra casa, mas não sei o que passa: não estou com ânimo, só quero aproveitar o friozinho desse dia. O tempo também está de um modo preguiçoso. Acho que eu e ele estamos relutando em mudar, de alguma forma.

Eu sinto que estou indo para mais uma etapa da caminhada; estarei diante do que me dispus a buscar. Coisas minhas, coisas que eu, e, talvez, só eu entenda. A questão é que esses meses na casa de Jacque me serviram como um verdadeiro unguento, posto que me sentia intoxicado no lugar onde estava. Foi também o meu universo particular, no qual eu pude correr sempre que me cansava de um dia puxado na universidade. A casa também  foi um terror para mim também; foi uma espécie de metáfora para a vida, mostrando-me que a solidão é uma das coisas mais terríveis para um ser humano. Aqui, eu pude perceber como pode-se ter tudo, viver cercado de todo o conforto, mas ser extremamente vazio, e isso não é bom, definitivamente, não é. Como já cantou Luther Vandross, a House is not a Home. Quando se está sem presença de pessoas físicas, nem sempre uma casa é um lar. Esta é uma das mais importantes lições que levarei daqui. 

Encaro essa experiência como mais um modo de Deus sinalizar para mim direções, coisas que serão muito importantes para a minha vida. 

Enfim, eu me mudarei e, desta vez, terei de me preocupar com o mestrado. Este é outro ponto. Estive, ontem, conversando com um dos meus parceiros de casa (somos em quatro) sobre o ano. Ele falou sobre a rapidez com que, na sua impressão, 2011 passou e eu falei sobre como é engraçado o tempo em si. Há um ano, estávamos os dois pelejando para passar no processo seletivo e, agora, estamos prestes a nos tornar mestres: como se em um momento tivéssemos tudo e, em seguida, nada (é claro que falo do aspecto concreto de estar ligado a uma instituição, sem desconsiderar a carga intelectual que se consegue). Logo chegará a fase de escrever o texto da minha dissertação, pondo fim à minha trajetória de mestrando na UnB. Em certa medida, logo estarei indo em direção à estaca zero.

Às vezes, acho incrível essa possibilidade de não estar preso - sem amor, filhos, emprego - e poder aventurar cada vez mais - tipo, sair e tentar outras possibilidades em outros lugares -, contudo lembro-me dele, o Tempo. Logo estarei com trinta (putz!) e isso me faz pensar que preciso atinar como ganhar dinheiro para montar a minha vida, do jeito que quero. Adoraria relativizar e dizer que não vou me submeter às demandas da sociedade, mas não sou mais tão ingênuo assim: o meu idealismo já vislumbra os limites. Não posso desconsiderar que tenho necessidades e que elas são legítimas, afinal a ideia de vida que estou construindo feliz ou infelizmente está baseada nesse mundo nosso.

A partir de amanhã eu recomeço. Sempre faço isso. Ainda que soe presunçoso, em determinadas vezes, eu me sinto como que renascendo, assim vejo-me como uma espécie de fênix. Hahaha! Whatever!

Ainda tenho de ir ao supermercado e comprar umas coisas para aqui e para lá. Lá, o meu novo lugar. Lá vou eu. Estou pronto para mais uma partida.

É isso. foi um prazer estar neste lugar, na casa de Jacque. Vou indo...

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