sexta-feira, 12 de abril de 2013

Passado

Cheguei quase agora da universidade. Tive uma aula com o Prof. José Geraldo de Souza Junior, para mim, mais conhecido como o ex-reitor da UnB. Lembro-me dele lá dos tempos de Aracaju, quando assistia aos documentários da TV Câmara, mais especificamente, um sobre as cotas. Eu, desse modo, tinha dele boas lembranças. Eu,hoje, achei-o bastante erudito, citou uma porção de autores, os quais anotei para pesquisar e saber mais posteriormente. Foi uma aula que, em seu início, prometia muito: definitivamente, aquele homem tem uma bagagem vasta e interessantíssima; no entanto, passou a ficar chata, pois ele - e algumas pessoas da turma - embarcaram em uma viagem aos tempos da ditadura e aos prejuízos trazidos por ela. Obviamente, tudo estava dentro de um contexto: a disciplina girará por esse tema, tendo em vista a consolidação das propostas aprovadas na recém-criada Comissão da Verdade. Eu sei - por ter estudado - que a ditadura foi um episódio terrível na história do país; que famílias perderam entes queridos e que muita coisa precisa ser esclarecida dentro dessa nebulosa, mas não consigo me identificar muito com o tema. Acredito que isso aconteça porque não aconteceu comigo. Na boa, acho até que minha família é daquela que pouco se lixava para os casos de violência e censura; e digo mais, que até acreditava na detratação dos que acreditavam na revolução. O fato é que eu não cresci em um lar politizado. Fui adquirindo isso na vivência da graduação, ou seja, há menos de dez anos. A questão é que pensei que a disciplina fosse se tratar de conceitos mais basais, mas o próprio professor explicou que o interesse era um atuação menos contemplativa em nossos encontros (o que estava na primeira parte da aula, a qual achei o máximo) e mais efetiva na sociedade. O que me desanimou um pouco teve a ver com o que veio em seguida. Na fala do ex-reitor, entre momentos de reminiscências ligadas à Constituinte, ficou claro que a transferência para a práxis se daria voltada a um objetivo específico: a atuação estudantil dentro da configuração da Comissão da Verdade. Algo profundamente válido, mas também bem específico. Assim, pelo que entendi, focaremos na história da UnB, nas bases de sua construção, nos obstáculos ideológicos por que passou nos tempos ditatoriais até encontrar um caminho para a contribuição na Comissão. Eu, provavelmente, terei de pescar o que será de mais interesse para meu trabalho. 

Eu estou ouvindo Let Go. Eu ganhei esse álbum de presente de minha mãe,em 2002. Isso sim, há mais de dez anos. É que comecei o dia lembrando de Mobile, sobre essas coisas de mudar. Percebo que ainda tenho esses momentos de minhas próprias lembranças. Acredito que agora que voltei a ficar sozinho, em momentos de me sentar no quarto para escrever, eles voltarão. Não acho ruim,pois foram desses momentos que brotou um Pablo do qual me orgulho; um que chegou até aqui, mas penso que o tempo passa; ele está passando e, às vezes, nem sei  mais se já não estou me acostumando com a solidão. Meu único medo é o de ser aquele 'estranho', o que mora sozinho,, o que vive sozinho, o que é estranhamente diferente. Ainda é uma ideia infantil. Eu acho que nunca deixarei de ser infantil,mas todas essas coisas me ajudam a saber quem sou eu. Algumas vezes, eu me vejo projetado no futuro - como fiz há pouco - e penso sobre os movimentos da Vida. São momentos que não tinha havia algum tempo mesmo.

Por hoje, é isso.

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