domingo, 19 de agosto de 2007

On the Road

Estou em nova fase de vida, portanto, para brindá-la, decidi criar uma espécie de diário público de bordo. Let's go!

Hoje foi um dia bom: nem minha mãe, nem minha irmã estavam em casa; me senti como o dono de um mundo. É bom sentir-se assim de vez em quando. Tive que dar aula particular a uma conhecida da rua, pensei que fosse ser um saco, mas até que foi interessante.
Tenho cada vez mais investido na leitura, pois me sinto muito livre, é uma espécie de viagem que me faz ser onipotente. Ontem estava lendo Bakhtin. Eu o estudei durante o período da universidade e gostei, aliás, acho que a disciplina/ciência que mais me tem sido atraente é a Lingüística, principalmente depois de Bakhtin. O cara tem umas teorias muito massas sobre o discurso, o que a gente fala ou escreve; ele diz que em tudo o que expressamos há presença de ideologia, e que, dentre outras coisas, a enunciação é uma maneira de estabelecer relações de poder. Pow, eu, quando assisti à primeira aula tive meio que um insight: sabe quando você escuta uma coisa e acha que sabia e que ainda não tinha despertado pra ela? Pois é, sempre percebi que as pessoas são levadas pela chamada "lábia" e que isso é usado de forma bastante injusta de certa forma. Conversei com a professora da disciplina sobre minha simpatia e lhe disse a respeito de meu desejo em crescer intelectualmente, ela então me deu um livro do pensador russo de título "Marxismo e Filosofia da Linguagem", comecei a lê-lo, bem como um com a história de Lampião e outro de Jack Kerouac. Resta saber se vou dar conta de todos eles. Fiquei quase quatro meses lendo "Boca do Inferno", mas não me cobro muito porque estava trabalhando e me atrapalhando (hehehe). Quando estava na leitura do livro bakhtiniano fiquei invocado com uma palavra que não é estranha a mim: marxismo. Este é um assunto que merece um post isolado, mas vou começar dizendo que, por causa do livro, tive que ir pesquisar acerca do assunto e, pra falar a verdade, ainda tenho que me aprofundar porque esse é um assunto por demais recorrente. Por isso merece um post só pra ele. Hoje também fui assistir a um filme muito lôco! Massa ele: O Anjo nasceu, de Julio Bressane. Quando tava lá sentado vi uma coisa totalmente nova, perturbadora, uma linguagem que nunca tinha me deixado tão inquieto. Na verdade, só assistindo não entendi direito, mas, graças a Deus, depois houve um debate que clareou geral, aí foi que eu gostei. Posso dizer que este filme é tão dinâmico e plural que coloca você de fora da situação, ou seja, te retira da situação de envolvimento e catarse (será que essa palavra cabe?) a fim de fazer você observar bem além do roteiro. Próximo filme será do mesmo diretor: de nome "Matou a família e foi ao cinema"; creio que já o tenha assistido no Cadernos de cinema, na TV Cultura, mas tenho de ter certeza. Mesmo assim estarei por lá. Show mesmo!
Enfim, isto foi o mais importante nesses dias. Escrevi pouco hoje porque já está tarde (03:21) e amanhã minha mãe provavelmente chegará falando mal de alguma coisa que está bagunçada aqui em casa. FUI!!!!

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