sexta-feira, 21 de maio de 2010

2012

Mais uma vez, encontro-me em um situação diferente e merecedora de registro. Conversei com a minha mãe sobre algo de que tenho quase certeza: Deus manda a nós alguns sinais necessários para a nossa própria aprendizagem e consequente evolução. Nessa Estrada, pela qual empreendo jornada, tenho observado coisas marcantes, cuja existência não imaginava. São coisas duras, posso dizer. O texto atual é uma elegia prosaica ao oposto desses pesos.

A velha mania da insistência em querer estar além do meu tempo, do meu espaço. Este comportamento tem se tornado uma espécie de obsessão que me faz não enxergar coisas, no meu conceito, importantes. A minha irmã hoje me mostrou como muitas vezes é bonito viver.

Eu fiquei durante alguns momentos da manhã tentando lembrar do antônimo perfeito para a palavra "egoísmo", no entanto só a referida palavra me vinha à cabeça. Tentei usar de estratégias: "Não ser egoísta é não ser...". Pensava e pensava. Nada. Eu não sabia o que não ser egoísta implicava. Um choque, pois a cena foi emblemática, metafórica e totalmente cabível: eu, simplesmente, não lembrava o que é ser generoso. Minha irmã não precisou dizer nada da correspondência vocabular buscada por mim, ela apenas agiu, ou seja, foi generosa; daquele jeito que não se importa com os ditos do mundo, que desconsidera puramente a conduta mórbida de escalar quantas cabeças forem necessárias para alcançar um fim. Foi inspirador de mais ver alguém assim e, maravilha, tão perto de mim, mostrando-me a possibilidade de ser melhor, de forma tão espontânea.

A correria faz com que não se observe o Caminho por onde se anda. A impressão é que estou correndo, tanto, tanto, mas sem achar o porquê válido o suficiente. Tenho medo de responder algumas perguntas e de também pensar nelas. As coisas parecem vir quando são para vir: a frustração acontece quando não se percebe que temos uma parcela pequena no porvir. Quisera poder entregar-me totalmente e ter na cabeça a resolução anterior, mas averiguo, triste, que não consigo. Há momentos que sim e em muitos outros não. Já é 2012 e eu sou a agulha de um sismógrafo.

Hoje estou descentrado. São as pedras da Estrada.

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