quarta-feira, 2 de março de 2011

So Sad With What I Have...


Novo mês. O meu mês. Enfim, engraçada a vida: a gente pensa que as coisas mudam, acaba se convencendo disso, fica motivado com "a novidade de estar diferente" e basta apenas uma ocasião para perceber que não houve "aquela" evolução.

Pois é, este blogue há muito é uma oportunidade de falar o que não consigo dividir com as pessoas e ao mesmo tempo um modo de falar com todos. Desse modo, as coisas que escrevo têm relação com o que estou vivendo, com a minha vida. Eu sou sensível demais.

Estar passando as férias aqui na minha terra tem me mostrado coisas as quais me atrelam de forma intensa ao passado e suas reverberações. É emblemático o fato de, quando em casa, adorar passar horas assistindo ao canal Viva, no qual é possível rever grandes sucessos dos anos 80, 90 e início dos 2000. Estar na minha casa é ótimo, mas em tudo me lembra e me atrela ao passado. Isso me incomoda. Vejo também o quanto ainda preciso melhorar, acostumar-me ao desapego. Falo isso em relação a algumas pessoas que considero "amigos". Às vezes tenho a impressão de que eles de fato tiveram destaque na minha vida, no entanto acabaram se depositando num espaço que eu insisto em tentar irrigar, mas que me oferece um vento empoeirado. Não sei se porque o tempo está seco, não sei se porque o terreno está cercado e loteado por um dono já outro. A questão é que, aqui, vejo cada vez mais que preciso estar fora, que o que havia de cumprir já foi e que, por mais que tente dar ânimo ao que acredito estar vivo e adormecido, já está assaz difícil não notar um âmbar que veio e encobriu tudo: o qual embeleza e preserva, mas que afasta duas realidades, dois mundos, dois espaços, transmudando o existente em lembrança.

Daqui a alguns dias voltarei para Brasília. Além dos desfiles promovidos pela minha mãe, esperava mais desse tempo aqui. A despeito da minha negligência, preciso aprender a receber apenas o que os outros têm a me oferecer. Preciso melhorar bastante, é possível ver que tenho ainda coisas mal resolvidas dentro de mim. 

A postagem de hoje tem a ver com amor e as suas diversas manifestações. Estou tentando não deformar um sentimento sublime, evitando misturar o que eu acredito, construo e desejo com a realidade; esforçando-me a respeitar o espaço do outro, que é diferente, aquele que não tem a visão de certos conceitos como a que eu tenho, que não vê coisas como a amizade do jeito que eu acredito. Eu sinto muito, e exigente ou não, só não dá para calar. 

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